5 Ações que Podem Tornar Marçal Inelegível por 8 Anos

Cinco ações eleitorais apresentadas contra Pablo Marçal (PRTB) estão prontas para sentença na primeira instância da Justiça Eleitoral de São Paulo, podendo torná-lo inelegível por até oito anos. O juiz responsável, Antonio Maria Patiño Zorz, já encerrou a fase de produção de provas e as partes enviaram suas alegações finais tanto nos casos relacionados aos campeonatos de cortes de vídeos quanto em duas ações envolvendo pedidos de doação de R$ 5.000 em troca de gravações de apoio a candidatos.

O juiz negou diversos requerimentos feitos pelas partes, incluindo a oitiva de testemunhas da defesa. Diante disso, espera-se que a sentença seja publicada a qualquer momento. O advogado de Marçal, Paulo Hamilton, afirmou que as ações estão “maturas para julgar” e garantiu que não houve ilícito por parte do candidato.

As ações, conhecidas como Aije (ação de investigação judicial eleitoral), são relativas ao suposto abuso de poder durante a campanha e ao uso indevido dos meios de comunicação social. Caso Marçal seja condenado, poderá recorrer à segunda instância, ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) e, posteriormente, ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Três das ações apontam para a estrutura de competições de cortes de vídeos, com muitos perfis promovendo sua imagem nas redes sociais. O PSB, partido da ex-candidata Tabata Amaral, foi o primeiro a entrar com uma ação sobre o tema, resultando na suspensão dos perfis de Marçal durante as eleições. O Ministério Público Eleitoral solicitou a extinção da ação do PSB, mas o juiz negou o pedido.

Marçal nega qualquer pagamento por cortes com viés eleitoral e afirma que seu nome foi utilizado indevidamente. O PSB argumenta que há evidências suficientes que comprovam o abuso, citando um esquema de arregimentação de pessoas para produzir conteúdos sem restrição temática.

Entre as ações também está a apresentada pela vereadora Silvia Ferraro (PSOL), abordando os cortes de vídeos e anúncios digitais. Outras duas ações visam a transferência de R$ 5.000 a candidatos a vereador em troca de vídeos de apoio, o que, segundo os autores, configura um ilícito.

A defesa de Marçal se posiciona afirmando que os vídeos permaneceram no ar por pouco tempo e que os valores transferidos via Pix foram devolvidos. Se condenado, Marçal pode ser declarado inelegível desde a data do pleito em questão, o que significaria que ele só poderia concorrer novamente em 2034.

Paradoxalmente, enquanto enfrenta essa possibilidade, Marçal expressa suas intenções de se candidatar à Presidência em 2026, utilizando estratégias polêmicas para se destacar no cenário político. Ele lançou um programa de mentoria, alegando que esta é a “última chance” de participação, ao mesmo tempo em que se posiciona como um aliado da direita e um candidato antissistema.

Marçal também teve envolvimento em um episódio controverso, onde divulgou um prontuário médico falso contra o candidato Guilherme Boulos, fato que foi indiciado pela Polícia Federal. Apesar disso, as questões relacionadas a esse incidente não foram alvo de ações eleitorais diretas que pudessem resultar em inelegibilidade. No entanto, o PSB mencionou o caso nas alegações finais, defendendo que deve ser considerado para avaliar a gravidade das condutas.

Assim, enquanto Marçal aguarda uma decisão judicial que pode impactar sua carreira política, ele continua apostando em sua imagem de candidato audacioso e provocador no atual cenário eleitoral.

fonte: jornaldebrasilia

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