Bonés de crochê simbolizam arte e resistência periférica

Dudu Souza Setembro 7, 2022 2 min read

Sob a intenção de dar espaço aos artistas da periferia surgiu o coletivo Artesanato Chave

Os artesãos e artistas Vitor Siqueira (Crochê de Vilão), Henrique Domingos (Arte do Magro) e Matheus Rodrigues (Sem Nome Ateliê) dão forma a bonés e chapéus em crochê e realizam encontros p’ra expandir a arte, trocar referências e exibir suas criações.

Eles já confeccionaram looks da coleção do Ponto Firme em duas edições do São Paulo Fashion Week e marcas internacionais estão observando esse movimento no Brasil, que alinha a cultura funk com a tendência bloke core, um “estilo de mano”.

O Artesanato Chave, que é apadrinhado por Gustavo Silvestre, do Ponto Firme e pela artesã Marie Castro, do Time de Artesãos da Círculo S/A e CEO da plataforma Moira, busca projetos que valorizam cada vez mais esse trabalho, p’ra assim gerar uma renda digna aos artistas independentes. O diretor de marketing da Círculo S/A, Osni de Oliveira Junior posiciona:

A Círculo S/A acredita no poder de transformação do artesanato como uma poderosa ferramenta de educação, expressão, empreendedorismo e fonte de renda. Por isso, a marca incentiva movimentos sociais que agreguem e valorizem o trabalho manual de forma criativa e empoderada, que impactem positivamente a vida de pessoas, assim como o Ponto Firme já faz ao longo desses anos com tantos alunos e egressos e agora também com o coletivo Artesanato Chave.

O apoio de Gustavo Silvestre foi justamente impulsionar essa nova onda no mundo da moda. Com estampas inspiradas em marcas de luxo, esportivas, símbolos de poder que também fazem uma crítica social como os personagens Tio Patinhas, Irmãos Metralha e Coringa. Silvestre afirma:

O trabalho desenvolvido nos bonés de crochê vai além da arte manual. É uma linguagem desenvolvida por jovens da periferia e também em presídios. A gente vê uma sinergia muito grande entre o Projeto Ponto Firme e o que eles fazem, já que são jovens da periferia e muitas vezes inviabilizados ou estigmatizados. Então acreditamos que é superimportante darmos esse apoio para que eles sejam vistos como os artistas que são.