
Uma pequena cobra com a incrível capacidade de reparar seu próprio DNA e evitar mutações prejudiciais está ajudando cientistas a avançar na compreensão da genética. Trata-se da cobra-vaso-de-flor — também chamada de cobra-cega Brahminy —, uma das menores espécies do mundo e a única conhecida por possuir três conjuntos de cromossomos, em vez dos dois habituais.
Pesquisadores dos EUA, China e Mianmar analisaram o genoma peculiar dessa espécie, nativa da África e da Ásia. Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista Science Advances.
Segundo Matthew Fujita, professor de biologia da Universidade do Texas em Arlington (UTA) e coautor do artigo, o segredo está em um processo chamado endoreplicação pré-meiótica. “Esse mecanismo permite que a cobra duplique seus cromossomos antes de dividi-los, evitando o pareamento cromossômico típico da reprodução sexuada”, explica. “Com isso, ela consegue gerar descendentes que são clones genéticos perfeitos de si mesma.”
Essa capacidade rara pode lançar luz sobre condições genéticas humanas, como a trissomia — incluindo a Síndrome de Down. “Sabemos que múltiplos conjuntos de cromossomos são incomuns em animais, mas a cobra-vaso-de-flor vive muito bem com três conjuntos, enquanto os humanos têm dois”, observa Fujita.
Utilizando tecnologias genômicas avançadas, os pesquisadores identificaram que a espécie possui 40 cromossomos organizados em três subgenomas.
A hipótese dos cientistas é que essa composição genômica permite que a cobra se reproduza sem a necessidade de um macho. Além disso, o ritmo lento e estável de evolução da espécie pode ajudar a reduzir o acúmulo de mutações prejudiciais ao longo do tempo.
Outro ponto importante revelado pelo estudo é a existência de trocas cromossômicas entre os subgenomas, o que parece equilibrar a diversidade genética com a estabilidade reprodutiva — permitindo variação suficiente para adaptação, sem comprometer a viabilidade da espécie.
Um achado curioso da pesquisa foi a perda de função de muitos genes relacionados à imunidade e à seleção sexual, incluindo os ligados à produção de esperma. Para Fujita, essa descoberta traz novas perspectivas sobre a reprodução assexuada em répteis: “Ela desafia a antiga ideia de que espécies assexuadas representam um beco sem saída. A cobra-vaso-de-flor prova que a natureza pode encontrar caminhos surpreendentes para inovar.”
Fonte: umsoplaneta.globo.com
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Muito curioso.
A cobra vaso de flor parece realmente trazer inovações aos estudos de reparação genética. Muito interessante o entendimento sobre o reparação de acúmulo de mutações genéticas, no que se pode aplicar a melhorar as condições de saúde humana. LPN
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Cada curiosidade viu.
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