
O navio quebra-gelo RSV Nuyina, da Divisão Antártica Australiana, deu início em março à sua primeira expedição científica ao continente gelado — e logo nos primeiros dias, a missão já surpreendeu os cientistas. Foram avistadas criaturas peculiares, como “porcos-do-mar” cor-de-rosa, aranhas-do-mar do tamanho de uma mão e as delicadas borboletas-do-mar. Além disso, a equipe identificou espécies ainda não catalogadas pela ciência.
A jornada, com duração de 60 dias, tem como foco investigar os impactos do aquecimento das águas oceânicas sobre a Geleira Denman, localizada na Antártida Oriental. Esta geleira, considerada a que mais derrete na região, já recuou cerca de 5 km entre 1996 e 2018. Se derreter completamente, pode elevar o nível global dos oceanos em até 1,5 metro.
Ctenóforo iridescente, um tipo de invertebrado marinho, entrou na parede úmida do navio, onde pôde ser monitorado por cientistas — Foto: Divisão Antártica Australiana
Com 160,3 metros de comprimento e pesando mais de 25 mil toneladas, o RSV Nuyina é uma verdadeira base flutuante de pesquisa. Operando desde 2021, a embarcação foi apelidada de “disneylândia dos cientistas” por sua estrutura altamente tecnológica. Pela primeira vez, ela abriga uma equipe de 60 pesquisadores totalmente dedicada a estudar a região antártica.
Borboleta marinha foi apelidada de “Clio” pelos cientistas — Foto: Divisão Antártica Australiana: Pete Harmsen
Vida marinha surpreendente
Durante a travessia de 4 mil quilômetros até a Geleira Denman, a missão também tem coletado e analisado a biodiversidade única do Oceano Antártico. Para isso, os cientistas utilizam um poço úmido desenvolvido especialmente para capturar animais frágeis sem causar danos.
Entre os achados mais curiosos está o porco-do-mar (Scotoplanes), parente dos pepinos-do-mar. Com corpo macio, pernas curtas e cor rosa-claro, ele habita regiões abissais, a até 6 mil metros de profundidade. Sua aparência incomum chamou a atenção dos pesquisadores.
Algumas aranhas-do-mar podem atingir o tamanho de um prato de jantar, segundo os pesquisadores — Foto: Divisão Antártica Australiana
Outra descoberta foi a borboleta-do-mar, um pequeno caracol do grupo Thecosomata. Com concha quase transparente, ele nada de forma graciosa, o que lhe rendeu o apelido. Um dos exemplares coletados surpreendeu ao colocar ovos a bordo do navio — um evento inédito documentado pelos cientistas. A criatura, batizada carinhosamente de “Clio”, virou mascote da equipe.
Além disso, foram encontradas diversas aranhas-do-mar gigantes. Esses artrópodes marinhos, embora lembrando aranhas verdadeiras, pertencem a outro grupo e podem atingir tamanhos impressionantes. Existem mais de 1.300 espécies conhecidas, muitas das quais ainda pouco estudadas.
Pesquisando a geleira que mais derrete na Antártida
A missão também está concentrada em estudar as águas que banham a Geleira Denman. Pela primeira vez, foi possível coletar amostras de água bem próximas à plataforma de gelo — algo crucial para compreender os efeitos do aquecimento global sobre essa estrutura.
Essas amostras ajudam os cientistas a analisar temperatura, salinidade, níveis de oxigênio e traços de metais na região. “Para entender de fato quanto calor está atingindo a plataforma de gelo, precisamos estudar o oceano o mais perto possível dela”, explicou Laura Borreguero, da Parceria do Programa Antártico Australiano.
Mais de 60 cientistas de diferentes disciplinas se reuniram na expedição — Foto: Divisão Antártica Australiana
As análises iniciais já revelaram alterações nas correntes marinhas locais. Os cientistas detectaram uma corrente intensa empurrando contra a plataforma de gelo e uma distribuição incomum de temperatura: águas mais frias nas profundezas e mais quentes na camada intermediária.
Esses dados indicam mudanças complexas no sistema oceânico da região e reforçam a necessidade de monitoramento contínuo. “É essencial acompanhar essas transformações para aprimorarmos os modelos climáticos, base dos nossos planos de mitigação e adaptação às mudanças do clima”, concluiu Borreguero.
Fonte: revistagalileu.globo.com
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A Antártida serve de referência para medir o aquecimento global. E, pela matéria é preocupante mesmo, um possível desgelo, e faz sentido um monitoramento constante para buscar mitigar os impactos ambientais no mundo. LPN
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