Gastronomia canábica muito além do “brisadeiro”

Não se trata apenas de matar a fome ou curtir uma “larica”. Os jantares canábicos oferecem uma experiência sensorial completa, permitindo explorar novos sabores, aromas e texturas de forma única.

O ritual acontece em locais específicos, como restaurantes especializados ou até mesmo em residências particulares. Os chefs, conhecidos por suas habilidades culinárias e criatividade, se tornam artistas ao combinarem a erva com pratos gourmet. Eles utilizam técnicas inovadoras de infusão, como óleos, manteiga e tinturas de cannabis, para adicionar um toque especial às receitas. Desde entradas até sobremesas, cada prato é cuidadosamente elaborado para equilibrar os efeitos da erva com a experiência gastronômica.

Geralmente, o jantar começa com aperitivos leves e saborosos, como bruschettas de tomate com pesto de cannabis ou camarões grelhados com molho de limão e cannabis. Em seguida, os convidados são servidos com pratos principais, como risoto de cogumelos com infusão de cannabis ou salmão grelhado com molho de manteiga de cannabis. E para finalizar, sobremesas irresistíveis, como sorvete de baunilha com calda de caramelo de cannabis, são servidas para satisfazer os paladares mais exigentes.

Deu até água na boca, não é mesmo? Isso por que não falamos das bebidas que são servidas para harmonizar: vinhos, chás, cervejas terpenadas, entre outras, que combinam perfeitamente com cada prato.

Os eventos também podem incluir atividades interativas, como degustações de diferentes strains, workshops de culinária com cannabis e até mesmo sessões de meditação para relaxar. Os participantes são convidados a levar suas próprias variedades para compartilhar, criando assim um ambiente colaborativo e descontraído.

Com a legalização da maconha em diversos países, os chefs estão explorando novas possibilidades e elevando a gastronomia canábica a um novo patamar. Alguns dos nomes mais conhecidos nesse cenário incluem os chefs Miguel Trinidad, responsável pelo restaurante 99th Floor em Nova York, e Andrea Drummer, que comanda o restaurante Lowell Farms, em Los Angeles. Ambos são reconhecidos por suas criações inovadoras e pela habilidade de harmonizar sabores e aromas da cannabis com os pratos. Além deles, eventos como o famoso “Dinner Series”, organizado pelo chef Travis Petersen, no Canadá, e o “Ganja Goddess Getaway”, nos Estados Unidos, têm atraído a atenção de amantes da gastronomia e da cannabis ao redor do mundo.

O Brasil também tem representantes inspiradores, como a chef Marcela Ikeda, que conecta comida e cannabis desde 2015 em Montevidéu, no Uruguai. Com diferentes projetos relacionados à desmistificação do uso da cannabis através da comida, como o Cenas con Maria, 11:11 Edibles e “Cannabis como alimento”, a chef apresenta a culinária canábica de maneira sublime, e ainda oferece cursos para quem deseja se aprofundar nesse tema.

Mas, é bom lembrar que, ao contrário dos jantares convencionais, as refeições servidas podem te deixar “chapado”. Por mais que os chefs procurem uma dosagem adequada em suas criações, os comestíveis de maconha costumam causar efeitos mais intensos e longos e exigem cuidados específicos. A absorção dos canabinoides também é mais lenta, em comparação com o uso inalado, e as pessoas podem não perceber o quanto consumiram até que comecem a sentir os efeitos.

Em resumo, a verdinha entrou de vez no universo dos alimentos e bebidas, indo muito além dos tradicionais cookies, brownies e “brisadeiros”. Então, que tal experimentar novos sabores desse universo gastronômico? Afinal, a comida é para ser apreciada em todos os sentidos, inclusive com um toque de cannabis.

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