Seca na Amazônia revela tesouro arqueológico de 2.000 anos

Uma aparição inesperada de dezenas de gravuras rupestres com formas humanas às margens de um rio amazônico

A seca extrema na Amazônia, provocada pelo fenômeno El Niño, revelou um tesouro arqueológico de 2.000 anos. Dezenas de gravuras rupestres com formas humanas, esculpidas em pedras, foram encontradas nas últimas semanas às margens do Rio Negro, em Manaus, capital do Amazonas.

As gravuras, que representam faces humanas, animais e símbolos geométricos, costumavam ficar cobertas pelas águas do rio, que atingiu o nível mais baixo em 121 anos.

O que é o El Niño?

O El Niño é um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico tropical, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais.

Esse aquecimento é causado pela alteração dos padrões de vento na região, que levam à diminuição dos ventos alísios.

Os efeitos do El Niño são sentidos em todo o mundo, e podem incluir mudanças nos padrões de chuva, secas, inundações e tempestades.

A aparição das gravuras

“Achava que fosse mentira”, disse Lívia Ribeiro, uma administradora que foi conferir as gravuras após ouvir falar delas de amigos. “Nunca havia presenciado isso, vivo em Manaus há 27 anos”, disse a administradora, logo após se deslumbrar com as gravuras.

A aparição das gravuras, que encanta tanto cientistas quanto o público em geral, contrasta com a emergência que enfrentam centenas de milhares de pessoas na região. A seca na Amazônia reduziu drasticamente o nível dos rios, afetando sensivelmente uma região que depende de um labirinto de vias fluviais para o seu transporte e abastecimento.

Grande parte dos municípios do estado do Amazonas está em emergência pela seca. O governo enviou ajuda de emergência à região, onde as margens dos rios, normalmente movimentadas, tornaram-se terras acidentadas, pontilhadas de barcos parados.

Segundo especialistas, a estação seca na Amazônia se agravou neste ano devido à ação do El Niño, somada ao efeito das mudanças climáticas.

Análise arqueológica

Ainda não é possível saber com precisão a data das gravuras, mas especialistas estimam que elas tenham entre 1.000 e 2.000 anos.

“São gravuras muito bem feitas, com um grande significado cultural”, disse o arqueólogo José Barreiros, da Universidade Federal do Amazonas. “Elas nos ajudam a entender melhor a história das populações que habitaram a Amazônia há milhares de anos.”

As gravuras são um importante registro da cultura e da identidade dos povos indígenas que habitaram a região. Elas representam uma herança cultural que deve ser preservada e estudada.

Impacto da seca

A seca na Amazônia tem um impacto devastador na região. Além de revelar tesouros arqueológicos, ela também afeta a vida de milhões de pessoas que dependem dos rios para sobreviver.

O baixo nível dos rios dificulta a navegação, o transporte de mercadorias e o abastecimento de água. Isso tem levado a uma crise humanitária na região, com milhares de pessoas enfrentando fome e sede.

A seca é um alerta para o impacto das mudanças climáticas na Amazônia. O aumento das temperaturas e a redução das chuvas estão tornando a região mais suscetível a eventos extremos, como secas e inundações.

É preciso tomar medidas urgentes para proteger a Amazônia e garantir a sobrevivência das populações que vivem na região, como por exemplo:

• Reduzir as emissões de gases de efeito estufa;
• Combater o desmatamento;
• Promover a agricultura sustentável;
• Investir em educação ambiental.

A proteção da Amazônia é fundamental pro nosso planeta.

Fontes: Google News e MetSul

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Adryel Simon

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