Como remanescente de um império outrora abrangeu quase toda a área da Grécia à China, o Irã está cheio de maravilhas históricas. Devido à atual situação política do país, ele não é exatamente um destino turístico visado e, portanto, muitas destas maravilhas permanecem escondidas do resto do mundo. Tal como acontece com qualquer edifício histórico, cada um dos dez lugares listados abaixo contém uma rica história dentro de seus espaços.
No entanto, a história do Irã é excepcionalmente complexa, com dinastias e governantes cuja influência se estendeu para além do Irã moderno. Estes locais, portanto, são memórias físicas da rica cultura que forma a base do povo iraniano hoje, apesar da mudança radical na esfera política do país após a Revolução de 1979. Locais sagrados para os zoroastrianos, por exemplo, ainda são visitados e lembrados, apesar das restrições impostas pelo governo iraniano. As essências desses lugares oferecem oportunidades para aprender e simpatizar com a história do Irã, além do que ouvimos nas notícias.
1. Mesquita Shah, Isfahan
O único local arquitetônico que aparece na grande maioria dos guias de viagem do Irã é um espaço coberto de belos mosaicos azuis e amarelos – conhecido como Mesquita Shah, mas oficialmente renomeada Mesquita Imam após a Revolução de 1979. Você poderia passar um dia inteiro caminhando ao redor da mesquita, observando seus detalhes e encontrando seus segredos escondidos. Uma coisa que não se pode deixar de fazer é ficar sob o centro da cúpula principal, em uma pequena praça que se destaca por ter sido feita de um tipo diferente de pedra. Pare aí e fale alguma coisa. Os ecos criados por sua voz são indescritíveis, e só esta experiência já faz valer a pena a visita.
2. Palácio Ali Qapu, Isfahan
O Palácio Ali Qapu está cheio de camadas de arquitetura e de tempo, literalmente. O edifício foi construído em etapas, começando com a entrada cúbica compacta e, em seguida, expandindo para um “hall superior”, acrescentando dois pavimentos acima da entrada. Em cima disso veio o Music Hall e mais tarde a grande varanda com abertura para a praça. Finalmente, a varanda foi adornada com 18 colunas de madeira apoiando um forro de madeira. Shah Abbas usou o palácio como um lugar para entreter seus convidados durante a Dinastia Safavid, explicando os detalhes de cada ambiente, compostos de formas decorativas complexas e belas.
3. Mesquita Nasir-ol-Molk, Shiraz
Se você tiver que escolher levantar cedo para fazer alguma coisa no Irã, que seja ir à Mesquita Nasir-ol-Molk (ou Mesquita “Rosa”), em Shiraz. Estar num ambiente silencioso enquanto o sol nasce através de vitrais coloridos é uma experiência tranquila e que invoca o sentimento de humildade. Embora a sala se encha rapidamente com os turistas clicando suas câmeras, fechando seus casacos de zíper e tossindo no ar seco, ter alguns momentos para si mesmo nas primeiras horas da manhã é o que faz valer a pena visitar a Mesquita Nasir-ol-Molk. Isso permite que você sinta o espaço pessoal e íntimo que se buscou criar na mesquita. Se Shiraz ainda parece muito longe do alcance, você pode, por enquanto, vivenciar o espaço através de uma perspectiva virtual de 360 graus aqui.
4. Palácio Golestan, Tehran
O Palácio de Golestan é uma coleção de 17 estruturas sob a forma de jardins, artesanato iraniano e antigos edifícios reais que já estavam contidos dentro do “arg” ou muros da cidadela de Teerã. Quase todas as estruturas foram construídas durante a Dinastia Qajar, de 1797-1834. Infelizmente, um grande número de edifícios foi destruído durante o governo de Reza Shah, de 1925-1945, devido a sua crença de que a arquitetura antiga da cidade não deveria impedir seu crescimento.
5. Persépolis, Shiraz
Situada a 60 km a nordeste de Shiraz, Persépolis (literalmente “a cidade dos persas”, em grego) foi a capital cerimonial da Pérsia durante o Império Aquemênida por volta de 550-330 a.C. As ruínas arqueológicas cobrem um total de 1,6 quilômetros quadrados com remanescentes de enormes colunas, dois palácios reais e jardins, e o que se acredita ser o mausoléu de Ciro, o Grande. Você entra através do Portão de Todas as Nações, onde exploradores internacionais há centenas de anos têm esculpido seus nomes nas paredes, agora protegidas por barreiras de vidro. A história de Persépolis é o que a torna tão poderosa, apesar do número de turistas que podem agora ser encontrados lá.
6. Cidade de Terra de Yazd
Yazd está cheia de edifícios antigos de tijolos de barro que ficam escondidos em becos estreitos, criando uma estrutura de cidade tipo labirinto que inicialmente tinha como objetivo confundir possíveis inimigos. A maioria das casas contém um pátio interno, muitas vezes com um pequeno lago, para arrefecer os edifícios e melhorar a circulação de ar. Alguns residentes mais abastados poderiam se dar ao luxo de construir “badgir” ou “torres de vento” que trazem ar fresco para baixo, para os ambientes internos e pátios, maximizando o fluxo de ar. Ao subir na cobertura é possível ver outro mundo; A paisagem de terra, criada pelas cúpulas orgânicas e magníficos “badgir” lhe dará uma perspectiva totalmente diferente sobre a arquitetura antiga de Yazd.
7. Naqsh-e Rustam Necropolis, Shiraz
Localizados a cerca de 12 quilômetros a noroeste de Persépolis estão enormes monumentos esculpidos nas montanhas, abrigando os últimos túmulos dos reis aquemênidas. Infelizmente, os túmulos foram atacados por Alexandre, o Grande, no entanto isso não afeta de qualquer maneira a aparência majestosa de seus exteriores. É difícil compreender o tamanho das esculturas de pedra, e muito menos a ideia de pessoas trabalhando sob o sol quente para produzi-las.
8. Casa Qavam, Shiraz
Quando a Mesquita Nasir-ol-Molk começa a ficar muito lotada, você pode dar um passeio até a Casa Qavam, a uma curta distância de lá. Foi construída entre 1879-1886, e contém uma exposição espetacular de espelhos e de mosaicos reflexivos.
9. Torre do Silêncio, Yazd
Os zoroastrianos acreditavam que o cadáver “poluiria” a terra se nela fosse enterrado; para combater este problema, eles construíram as Torres do Silêncio, perto do céu, para onde cuidadores especiais levariam os mortos. Nesses espaços circulares amplos e expostos, o sol e os pássaros deixaram para trás nada além de ossos, que mais tarde foram coletados e finalmente desintegrados com cal e água. As torres não têm sido usadas desde os anos 60, porque o governo iraniano proibiu esta prática. No fundo das torres encontram-se as ruínas de uma pequena aldeia, quase inteiramente camuflada pelo deserto.
10. Ponte Khaju, Isfahan
Construído pelo persa Shah Abbas durante a Dinastia Safavid por volta de 1650, Khaju não é apenas uma ponte, mas também serviu como uma represa e um espaço popular para reuniões públicas. Possui 23 arcos com vãos de mais de 133 metros, embora infelizmente pouca água corra debaixo deles hoje; o Zayanderud é seco durante a maior parte do ano, devido à represa do Reservatório de Chadegan construído em 1972 para um grande projeto hidrelétrico. Infelizmente, isso diminuiu grande parte da vida que já houve no centro da cidade.
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