O feijão carioca: um alimento nutritivo e versátil

O feijão carioca é uma variedade do feijão comum (Phaseolus vulgaris), que se caracteriza por ter grãos bege-claros com listras marrons. Apesar do nome, ele não tem origem no Rio de Janeiro, mas sim em uma *raça de porcos que tinha uma pelagem semelhante. Ele é o tipo de feijão mais consumido no Brasil, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

*O feijão carioca não teve sua origem em uma raça de porcos, mas sim o seu nome. O que aconteceu foi que, na década de 70, um produtor rural de Campinas (SP) encontrou um tipo de feijão diferente em sua plantação, que tinha grãos bege-claros com listras marrons. Ele levou esse feijão para os pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), que ficaram interessados em estudar e desenvolver essa variedade. Na época, havia uma raça de porcos que era criada na região, que tinha uma pelagem parecida com a cor do feijão. Essa raça de porcos era chamada de carioca, por algum motivo desconhecido. Então, os pesquisadores do IAC resolveram batizar o novo tipo de feijão com o mesmo nome da raça de porcos: carioca. Foi assim que surgiu o nome feijão carioca, sem nenhuma relação com o Rio de Janeiro

O feijão carioca é um alimento rico em proteínas, fibras, ferro, cálcio, potássio e vitaminas do complexo B. Ele ajuda a prevenir e combater a anemia, o colesterol alto, a diabetes, a hipertensão e a obesidade. Ele também contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, a regulação do intestino e a saciedade.

Como cultivar o feijão carioca

O feijão carioca é uma leguminosa de cultivo simples, mas que requer alguns cuidados para obter os melhores resultados. A seguir, apresentamos algumas dicas para o cultivo do feijão carioca:

Escolha uma área adequada para o plantio. O feijão carioca se adapta bem a diferentes tipos de solo, mas prefere os solos profundos, bem drenados, férteis e com pH entre 5,5 e 6,5. Evite áreas com histórico de doenças ou pragas do feijoeiro.
Faça a rotação de culturas. O feijão carioca se beneficia da rotação com outras culturas, como milho, soja, trigo e pastagens. A rotação ajuda a melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, além de reduzir os problemas fitossanitários.
Prepare o solo adequadamente. O feijão carioca requer um solo bem preparado para favorecer o desenvolvimento das raízes e a absorção de nutrientes. Recomenda-se fazer a aração e a gradagem do solo antes do plantio, para eliminar as plantas daninhas e incorporar os restos culturais.
Faça a calagem e a adubação do solo. O feijão carioca necessita de um solo com boa disponibilidade de cálcio e magnésio para garantir uma boa nodulação das raízes. A calagem deve ser feita com base na análise do solo e na recomendação técnica⁴. A adubação deve levar em conta as necessidades da cultura e as características do solo. Em geral, recomenda-se aplicar 20 kg/ha de nitrogênio (N), 80 kg/ha de fósforo (P2O5) e 40 kg/ha de potássio (K2O) na semeadura. Em cobertura, recomenda-se aplicar 30 kg/ha de N entre 25 e 30 dias após a emergência das plantas.
Escolha uma cultivar adequada para a sua região. O feijão carioca possui diversas cultivares, que se diferenciam pelo ciclo, pelo porte, pela resistência a doenças e pragas, pelo rendimento e pela qualidade dos grãos. É importante escolher uma cultivar que se adapte bem ao clima, ao solo e à época de plantio da sua região. Algumas das cultivares mais populares de feijão carioca são: Aporé, Pérola, BRS Estilo, BRS Pontal, BRS Notável, BRS Campeiro, BRS Esplendor e BRS Requinte.
Faça a semeadura no momento certo. O feijão carioca pode ser plantado em diferentes épocas do ano, dependendo da região e do sistema de produção. Em geral, recomenda-se plantar o feijão carioca na safra das águas (setembro a dezembro), na safra da seca (janeiro a abril) ou na safra de inverno (maio a julho). O plantio deve ser feito preferencialmente no início das chuvas ou com irrigação, para garantir uma boa germinação e emergência das plantas.
Faça o espaçamento adequado entre as linhas e as plantas. O feijão carioca pode ser plantado em diferentes espaçamentos, dependendo da cultivar, do sistema de produção e da disponibilidade de água. Em geral, recomenda-se usar um espaçamento entre 40 e 60 cm entre as linhas e entre 10 e 15 cm entre as plantas. O espaçamento ideal deve permitir uma boa distribuição das plantas, uma boa penetração de luz e uma boa circulação de ar.
Controle as plantas daninhas. O feijão carioca é uma cultura que compete pouco com as plantas daninhas, por isso é importante fazer o controle dessas plantas para evitar perdas de produtividade e qualidade. O controle pode ser feito por meio de métodos mecânicos (capina manual ou mecânica), químicos (uso de herbicidas) ou culturais (uso de cobertura morta ou viva). O controle deve ser feito principalmente nos primeiros 30 dias após a emergência das plantas, quando a competição é mais intensa.
Controle as pragas e as doenças. O feijão carioca é suscetível a diversas pragas e doenças, que podem causar danos econômicos à cultura. As principais pragas são: lagarta-elasmo, vaquinha, mosca-branca, ácaro-vermelho, percevejo-marrom e broca-do-colmo. As principais doenças são: antracnose, mancha-angular, ferrugem, mosaico-comum, crestamento-bacteriano-comum e fusariose⁴. O controle dessas pragas e doenças pode ser feito por meio de métodos preventivos (uso de sementes sadias, rotação de culturas, eliminação de restos culturais, uso de cultivares resistentes), culturais (regulagem do espaçamento, do adubo e da irrigação), biológicos (uso de inimigos naturais) ou químicos (uso de inseticidas e fungicidas). O controle deve ser feito com base no monitoramento da lavoura e na recomendação técnica.

Faça a colheita no momento certo. O feijão carioca deve ser colhido quando os grãos atingem o ponto de maturação fisiológica, ou seja, quando param de crescer e acumular matéria seca. Esse ponto é indicado pela mudança de cor das vagens e dos grãos, que passam do verde para o amarelo ou o marrom. A colheita pode ser feita manualmente ou mecanicamente. A colheita manual consiste em arrancar as plantas inteiras ou cortar as vagens com uma faca ou tesoura. A colheita mecanizada consiste em usar uma colheitadeira que corta as plantas e separa os grãos das vagens. A colheita mecanizada é mais rápida e eficiente, mas requer um maior investimento e cuidado com a regulagem da máquina .

Faça a secagem e o beneficiamento dos grãos. Após a colheita, os grãos de feijão carioca devem ser secos até atingirem um teor de umidade de 13% a 15%, para evitar a deterioração e o ataque de pragas. A secagem pode ser feita ao sol ou em secadores artificiais. Depois da secagem, os grãos devem ser beneficiados, ou seja, limpos, classificados e embalados. O beneficiamento pode ser feito manualmente ou mecanicamente, com o uso de equipamentos como peneiras, ventiladores, separadores e empacotadores .
Comercialize ou armazene os grãos. Os grãos de feijão carioca podem ser vendidos diretamente aos consumidores ou aos intermediários, como cooperativas, cerealistas ou indústrias. O preço do feijão carioca varia de acordo com a oferta e a demanda do mercado, a qualidade e a época do ano. Os grãos também podem ser armazenados para consumo próprio ou para venda futura. O armazenamento deve ser feito em locais limpos, secos, ventilados e protegidos de insetos e roedores. Os grãos devem ser acondicionados em sacos de tecido ou de plástico, ou em silos metálicos ou de alvenaria .

O feijão carioca é um alimento que faz parte da cultura e da história do Brasil. Ele é um símbolo da mistura de povos e sabores que caracteriza a nossa gastronomia. Ele é um alimento que agrada a todos os paladares e bolsos, pois é barato e fácil de encontrar. Ele é um alimento que não pode faltar na mesa dos brasileiros. Ele também é um cultivo que oferece oportunidades e desafios para os produtores rurais, que devem seguir as boas práticas agrícolas para obter uma produção rentável e sustentável.

O feijão carioca pode ser preparado de diversas formas, desde a mais simples até a mais elaborada. Ele pode ser cozido na panela de pressão com água e sal, ou temperado com alho, cebola, bacon, linguiça, louro e outros ingredientes. Ele pode ser servido com arroz, carne, salada e farofa, formando uma refeição completa e saborosa. Ele também pode ser usado para fazer sopas, caldos, saladas, bolinhos, pastéis e outras receitas.