Roberto Landell de Moura: o padre inventor que antecipou a era das telecomunicações

Há 97 anos, no dia 30 de junho de 1928, falecia Roberto Landell de Moura, padre brasileiro e pioneiro das telecomunicações, cujo legado é marcado por avanços fundamentais na transmissão sem fio. Reconhecido por alguns historiadores como o verdadeiro inventor do rádio e do telefone sem fio, Landell também foi precursor na transmissão de imagens, sendo apontado como um dos primeiros a desenvolver conceitos que antecederam a televisão, o controle remoto, o teletipo e até a fibra óptica.

Nascido em Porto Alegre em 1861, Landell teve sua carreira marcada por uma forte paixão pela ciência, mesmo conciliando-a com sua vocação religiosa. Ordenado sacerdote em 1886, enfrentou resistência da Igreja e da sociedade, chegando a ser tachado de excêntrico e até acusado de bruxaria, o que culminou em vandalismo em seu laboratório.

Entre 1892 e 1894, realizou as primeiras experiências de transmissão sem fio de sinais telegráficos e voz, alcançando distâncias maiores que as registradas pelo italiano Guglielmo Marconi. Embora suas conquistas tenham sido documentadas e reconhecidas em algumas publicações internacionais, a falta de documentação formal impediu um reconhecimento global imediato.

Landell também inovou ao apresentar em 1900 invenções como o “Telouxiaphono” e o “Kaleophono”, que demonstravam a telefonia sem fio em estágios avançados. Em 1901, mudou-se para os Estados Unidos, onde obteve várias patentes e reconhecimento da imprensa, mas sempre com o desejo de que seus inventos servissem prioritariamente ao Brasil.

Ao retornar ao país, enfrentou a falta de apoio do governo e a crescente pressão da Igreja para abandonar suas pesquisas. Mesmo assim, continuou a estudar fenômenos eletro-luminescentes e a explorar novas tecnologias.

Nos últimos anos de vida, dedicou-se também ao espiritismo e à psicologia, enfrentando mais desafios junto à comunidade católica. Morreu em 1928, vítima de tuberculose, tendo sua obra esquecida por décadas, em parte pela falta de registros técnicos e pela preferência da mídia e da academia por inventores estrangeiros.

Somente a partir dos anos 1980, suas contribuições começaram a ser revalorizadas no Brasil. Em 2012, seu nome foi inscrito no Livro de Aço dos Heróis e Heroínas da Pátria, consolidando seu lugar como um dos maiores inventores brasileiros.

Fonte: operamundi.uol.com.br

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