Cinco novas espécies descobertas na Caatinga

Matheus Noleto Outubro 27, 2025 3 min read

Pesquisadores do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), vinculado à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), identificaram cinco novas espécies de insetos no bioma da Caatinga. Essas descobertas foram realizadas nas paleodunas do Rio São Francisco, formações arenosas com mais de 250 mil anos, localizadas nos municípios de Casa Nova e Pilão Arcado, no norte da Bahia.

As novas espécies incluem dois besouros, uma formiga e duas vespas, todas batizadas com nomes que fazem referência à cultura nordestina. O besouro Athyreus arretado, por exemplo, recebeu esse nome em homenagem à expressão típica do Nordeste, usada para destacar algo impressionante. Ele possui um chifre central em formato de “J” atrás da cabeça, o que o diferencia das demais espécies do gênero.

Athyreus arretado

Outra descoberta notável é a formiga Eurhopalothrix oxente, de apenas 2,5 milímetros, coletada em fragmentos de mata ciliar às margens do Rio São Francisco. Essa pequena formiga possui mandíbulas com nove dentes triangulares e é considerada uma predadora de pequenos artrópodes.

Eurhopalothrix oxente

Entre as vespas, destaca-se a Gonatopus cambitos, conhecida como “vespa de pinças”, pois as fêmeas têm patas dianteiras modificadas para segurar cigarras, nas quais depositam seus ovos. A larva se desenvolve dentro do hospedeiro até completar o ciclo. Outra espécie, a Olixon caju, também foi encontrada no litoral de Sergipe, ampliando o alcance das pesquisas pelo Nordeste.

Gonatopus cambitos

Olixon caju

Essas descobertas são parte de um esforço contínuo para catalogar a biodiversidade da Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro que abriga uma rica fauna e flora. O Cemafauna já catalogou mais de 100 espécies de insetos em suas expedições, muitas delas endêmicas da Caatinga. Além disso, o bioma abriga mais de 3 mil espécies conhecidas de insetos, número que cresce a cada nova pesquisa.

O professor Benoit Jean Bernard Jahyny, coordenador das pesquisas, destaca que essas descobertas não apenas ampliam o conhecimento científico sobre a biodiversidade da Caatinga, mas também reforçam a importância da conservação desse bioma único. As expedições continuam, com a expectativa de identificar e descrever dezenas de novas espécies nos próximos anos.

Fonte: revistaforum.com.br

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