A arte e o artista na realidade

Salve EDL

Reflexão inspirada por Bob Navarro

Em reflexão à produção de arte e aos artistas, podemos dizer que o artista tira de si e de Deus a luz para doar ao mundo, quando a fonte é usufruída de forma simétrica, entendendo aos pesos e levando em consideração o amor e a honra, se há uma oportunidade. Afinal, a grandeza de Deus é o próprio infinito; nesta hora, o artista se torna instrumento e não protagonista. Mesmo que seu ganho individual seja inerente também surgirá a sombra, e isso não acaba sendo o foco, e sim a obra como um todo. Afinal, a obra é vista e interage com o observador. O observador e a obra necessitam um do outro, considerando a variedade de possibilidades de expressão da arte, e tornando Deus ainda mais grandioso em sua comunicação conosco. O que se produz de forma sacra destoa em relação aos devaneios e ecos de nossos erros em forma de produção artística — aquela arte que toca na alma.

Em oposição a esse processo contínuo de transmutação, que se conecta com a verdadeira simetria, alguns se desconectaram da essência da verdade e do Verbo. Embarcam em uma busca incansável pelo brilho, submetendo-se a serem versões de si que não se orgulhariam muito se se enxergassem no atemporal, vendendo valores e caráter, entregando-se e cedendo aos prazeres para suprir suas buscas e expectativas de alívio.
A busca se intensifica mais conforme ele tem acesso a esses momentos de forma desproporcional à sua necessidade. Também é injusta com tantos que sofrem para que ele se alivie. O artista que está como figura pública carrega consigo a responsabilidade do que influencia seu público. Logo, seus erros não são apenas seus, e sim parte da formação de opiniões exponenciais, que concebem a realidade e que podem tanto construí-la quanto destruí-la, principalmente na infância e adolescência.

O sistema busca eleger quem atinja o topo e se entregue, sem considerar ser uma pessoa justa. E, conforme os frames se carimbam, mais se distanciam da luz. Ainda na busca por suprir o vazio que toda essa entrega traz, por consequência, se distanciam de sua própria essência, o que é notável na própria feição.

Temos muitos exemplos de criadores dedicados ao que fazem, com seus limites bem estabelecidos. Estes prosperam de forma um pouco mais lenta, na maioria das vezes, mas vivificam o meio por onde permeiam. Lidam diretamente com a realidade ao seu redor, que é viva e palpável, e que, no reino justo, encontrará seu lugar e será útil para alguns.

 assim então experimentando os dilemas entre o poder. Ter tudo neste mundo é justamente ser testado ao máximo em seu caráter e questões morais, visto que todo cardápio lhe é servido. E acredito que, se estão lá, é porque, por algum motivo, isso também é previsto por Deus. Talvez outros, em seu lugar, fariam pior. Ainda assim, todos que são brasileiros merecem saber a verdade para escolher suas posições. O artista que não tem a compreensão destes momentos está sujeito ao erro, sem entendimento dos fatos. Vivemos jogos mortais no tabuleiro dos donos do mundo.

Explicado que se está à mercê de todo um tecido frágil e corrompido pela erotização e banalização de abstratos e tabus que nos mantêm vivos e dignos da presença d’Ele, sujeito também ao valor do dinheiro e da ganância sobre os que menos possuem, avisado foi.

A arte é necessária para nossa expressão e conexão a momentos no espaço. Um artista deixa sua obra e história em determinado tempo-espaço. Numa sociedade onde habita, de forma simétrica, em maior parte de suas camadas, irá prezar pela qualidade da arte que nos direciona ao melhor de nós mesmos, em nossas inspirações, em sermos vivificantes como o Mestre nos coloca como objetivo. Teremos posicionado nossas futuras gerações à pureza e a beleza da existência, de modo que, ao vivenciar qualquer brilho, se preze pelo contraste, seja grato e colha de forma justa. Isso faz com que seja ainda melhor. Quando os grandes sangramentos tiverem sido estancados, talvez possamos ter algum mérito, e até lá, talvez estejamos mais humildes para entregar a Deus o que sempre lhe pertenceu.

Luz pra nós.

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Erik José

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