Neste vídeo do Canal Musicália, Juscelino Filho compara a riqueza das letras de duas músicas brasileiras emblemáticas: “O Meu Guri” de Chico Buarque e “Mais do Mesmo” da Legião Urbana, destacando a habilidade de Chico Buarque em representar a voz da periferia por meio de uma mãe que desconhece as atividades ilegais do filho, e de Renato Russo ao adotar um eu lírico negro e marginalizado na canção do álbum “Que País É Esse?”, de 1987.
“Então Renato Russo se dá uma licença poética de colocar a sua canção, ele sendo um branco, de classe média alta. Ele faz uma canção falando de um jovem negro de periferia, que além de ser uma ousadia, é um trabalho de empatia que o Chico Buarque faz”, explica Juscelino, em uma análise que revela uma crítica contundente de Renato Russo à hipocrisia da classe média, abordando questões como violência, desigualdade social e alienação, além de destacar a falta de empatia e representatividade por parte da elite intelectualizada.
Em um dos trechos analisados – “Bondade sua me explicar com tanta determinação/ Exatamente o que eu sinto, como penso e como sou/ Eu realmente não sabia que eu pensava assim/ E agora você quer um retrato do país/ Mas queimaram o filme, queimaram o filme” – Juscelino ressalta: “Olha o quanto o intelectual não dá voz, ele evita de dar voz à periferia pra que ele rebusque numa linguagem, faça o seu trabalho chegar nos outros, explicando como que a periferia não tem voz, através da sua voz intelectualizada”(…)”Não tem retrato do país, o filme está queimado, e se o filme está queimada, este intelectual vai esconder com as suas palavras, com as suas terminologias, ele vai esconder esta realidade. Ou de certa forma nem esconder, mas tentar amenizar o seu discurso a partir desta camuflagem”.
Ao desdobrar a letra de “Mais do Mesmo”, Juscelino evidencia a mensagem de que a periferia é frequentemente desassistida e sua voz marginalizada pela classe dominante. A música denuncia a falta de investimento nas comunidades periféricas e a tentativa da elite intelectual de teorizar sobre essas realidades sem realmente entender ou ouvir as experiências das pessoas marginalizadas.
“Este é um tipo de canção que dialoga com os Racionais”, diz Juscelino. “Ele fala sobre o menino branco, a hipocrisia do menino branco que vai lá praticar as mesmas práticas mas quando é o menino preto fazendo tem um tipo de conotação, quando é o o branco fazendo tem outro tipo de conotação. Ele entrega esse tipo de hipocrisia, ele entrega o quanto nada é feito por essa periferia e ele entrega o quanto que intelectuais brancos de classe média alta tentam teorizar tudo aquilo, tentam dizer como é que é tudo aquilo, sem na verdade pedir explicação nenhuma pra própria periferia”.
Confira abaixo o vídeo do Canal Musicália onde Juscelino Filho analisa e contextualiza a letra de “Mais do Mesmo”, composta pelo Renato Russo e gravada pela Legião Urbana.
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Luz pra nós!
Ótima letra dessa ótima música!
Luz p’ra nós 🍎.
É isso aí 🙌🏾✅ , se formos analizar como um todo , a muitas obras porae tanto bem reconhecidas quanto artistas do anonimato que ressoam perfeitamente com este contexto e outros mais profundos ainda , só que através das influências as quais vcs já sabem bem , a sociedade neste teatro binário social , carece por falta de profundidade cultural e intelecto , através dos valores invertidos !
Gratidão por compartilhar 🙏🏾⚛️
Luz p’ra nós 🙏🏾⚛️
luz p’ra nós
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós
#luzpranos
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós ✨
Ouvi poucas vezes Renato Russo
Ouvi muito…Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!!
Luz pra nós!
Luz p’ra nós!
Sempre gostei dessa música (Mais do Mesmo), mas nunca tinha parado pra analisar o aspecto militante dela, interessante. Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!
Gratidão pelo conteúdo