As Cores do Luto: Um Mapa Cultural das Emoções e Significados da Morte

Se você pudesse escolher uma cor para representar o luto, que cor escolheria? Acredito que muitos de nós pensaria de imediato na cor preta, representando o silêncio, o vazio, ou como um sinal de respeito ao “mistério da vida”. Em uma das conversas que tive com o Chat GPT, busquei analisar como diferentes culturas compreendem esse momento de introspecção e vazio após a perda de um ente querido. O luto nem sempre é visto da mesma forma, afinal de contas, cada um lida com a morte de uma forma diferente.

Reflexões sobre a Morte: Fim, Transcendência ou Renascimento?

Podemos dizer que existem diferentes formas de luto, dependendo do grau de proximidade e relevância da pessoa que partiu. Mas o que achei interessante é que as formas de viver o luto dependem da forma em que cada cultura compreende a morte: seria ela um fim, uma transcendência, ascensão, ou um simples renascimento? É interessante perceber como as culturas dão forma e cor à dor da perda — e à esperança de uma nova vida além da matéria.

Compartilho aqui as informações que o chat trouxe:

1. Preto – Ocidente

Símbolo: silêncio, ausência, encerramento.

Onde: Europa, Américas, sobretudo países de tradição cristã.

Origens: O uso do preto remonta ao Império Romano e foi reforçado pelo Cristianismo como cor de penitência e humildade.

Curiosidade: A rainha Vitória da Inglaterra usou preto por 40 anos após a morte do príncipe Albert, influenciando o luto vitoriano.

Referência:

Aries, Philippe. História da Morte no Ocidente (1981).

2. Branco – Ásia e África

Símbolo: pureza, renascimento espiritual, desprendimento da matéria.

Onde: Índia, China, Japão, partes da África.

Na Índia: viúvas tradicionalmente vestem branco como sinal de renúncia. É a cor da purificação e da libertação da alma.

Na China e no Japão: o branco é usado nos funerais e rituais ancestrais. Ele marca a passagem para o mundo espiritual.

Referência:

Knipe, David M. Hinduism: Experiments in the Sacred (1991).

Faure, Bernard. The Fluid Pantheon of Japanese Buddhism (2016).

3. Roxo – Luto e Transcendência

Símbolo: transmutação, espiritualidade, realeza espiritual.

Onde: Espanha, Filipinas, Tailândia

Na Tailândia: um costume antigo as viúvas usarem roxo.

Uso litúrgico: na Quaresma e em missas de sétimo dia. O roxo representa penitência, mas também passagem e elevação.

Referência:

Turner, Victor. The Ritual Process (1969) – aborda a ideia de transição liminar, associada a essa cor.

Além dessas representações mais conhecidas, é interessante o fato que existem cores que representam não apenas a morte do corpo físico, mas inclusive a morte da pessoa em vida – ou seja, um momento de renúncia e abandono do mundo teatral, para renascer em uma vida dedicada exclusivamente às práticas espirituais. O laranja cor de açafrão, o cinza, e em alguns casos o marrom, se tornaram símbolos de sacerdotes, devotos ou fiéis que renasceram com um novo propósito.