BRICS quer criar rede própria de cabos submarinos para dados e internet

Matheus Noleto Julho 17, 2025 2 min read

Os países que integram o BRICS deram um passo importante para ampliar sua autonomia digital. Durante a 17ª Reunião de Cúpula, foi incluído na declaração final um compromisso para realizar um estudo de viabilidade técnica e econômica visando à construção de uma rede própria de cabos submarinos de alta velocidade.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que a criação de uma infraestrutura própria entre os membros do bloco aumentaria a velocidade, segurança e soberania na troca de dados. A proposta, que já vinha sendo debatida entre os ministros de Ciência, Tecnologia e Inovação, ganhou força e agora deve ser conduzida com o apoio do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o Banco do BRICS.

A ministra brasileira Luciana Santos reforçou que a concentração atual de cabos de fibra óptica no chamado Norte Global (como Estados Unidos, Japão, França e China) limita o controle de países em desenvolvimento sobre seus próprios dados. “Nós temos que ter um cabo próprio, em que os dados sejam nossos, sejam desses países”, afirmou.

Esses cabos submarinos são essenciais para o funcionamento da internet global, transmissões em tempo real, chamadas de vídeo e desenvolvimento de tecnologias como a inteligência artificial. A criação de uma rede independente entre os países do BRICS permitiria maior autonomia estratégica na era da informação.

O BRICS é formado atualmente por 11 países-membros permanentes — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia — e conta ainda com parceiros como Belarus, Cazaquistão, Bolívia e outros. Juntos, os membros permanentes representam quase metade da população mundial e mais de um terço do comércio brasileiro.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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