A China está liderando uma corrida mundial pelo ouro, e os números impressionam: em 2023, o país comprou mais ouro do que qualquer outro lugar no mundo. Mas o que está por trás dessa estratégia?
Recentemente, a descoberta de um enorme depósito avaliado em meio trilhão de reais reforçou o interesse chinês no recurso, que já vinha crescendo com o passar dos anos. Com isso, a nação se consolida como o maior comprador de ouro no planeta, alimentando debates sobre o impacto dessa movimentação no cenário global.
Em tempos de incertezas globais, como os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia, o ouro se destaca como um porto seguro. Além disso, ele serve como proteção contra a desvalorização de moedas, algo que preocupa Pequim diante dos desafios econômicos enfrentados pela segunda maior economia do planeta.
O Banco Popular da China (PBC) intensificou suas compras de ouro nos últimos 2 anos. De acordo com o Conselho Mundial do Ouro, o país adquiriu 225 toneladas métricas do metal em 2022, representando quase 1/4 das compras realizadas por todos os bancos centrais do planeta.
Em janeiro e fevereiro de 2023, o PBC acrescentou mais 22 toneladas às suas reservas, que agora somam cerca de 2.264 toneladas.
Além do banco central, os consumidores chineses também estão investindo pesado em moedas, barras e joias de ouro.
Com a queda do mercado imobiliário, a desvalorização do yuan e a instabilidade da bolsa de valores, o metal precioso se tornou um refúgio para a população.
Diversificação das reservas e desafios ao dólar
A relação da China com o dólar americano é complexa. Apesar de depender da moeda para comércio internacional, o país busca reduzir essa dependência. As reservas em dólar da China caíram em um terço desde 2011, um movimento que ganhou força desde a pandemia.
O ouro entra como peça-chave nessa diversificação. O desejo de Pequim de diminuir a influência do dólar está alinhado com os objetivos do bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que tem discutido formas de fortalecer suas economias e até a criação de uma moeda comum no futuro.
A preocupação com possíveis sanções também motiva a estratégia chinesa. O congelamento de reservas do banco central da Rússia, após a invasão da Ucrânia, serviu como alerta.
Com a tensão crescente entre China e EUA, especialmente em torno de Taiwan, o país asiático enxerga no ouro uma proteção contra restrições econômicas que possam ser impostas por Washington.
O futuro da corrida pelo ouro
Apesar do ritmo acelerado das compras, as reservas de ouro da China ainda representam cerca de 4% do total do PBC, um número baixo em comparação com bancos centrais de economias desenvolvidas.
Muitos analistas acreditam que a demanda contínua pelo metal pode não impactar significativamente os preços, mas o interesse do país pelo ouro está longe de acabar.
Com valor intrínseco e múltiplos usos econômicos, o ouro continua sendo uma aposta sólida para a China. Seja como proteção em tempos de crise ou como ferramenta de diversificação, o metal precioso está no centro da estratégia do país para enfrentar os desafios econômicos e geopolíticos do futuro.
Fonte: clickpetroleoegas.com.br
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China e suas estratégias. Seja por precauções em relação USA-Taiwan ou para diversificação e fortalecimento do BRICS há de se reconhecer que é um ótimo plano. LPN 🙏✨
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