Montagem com grĂĄfico e imagem de cometa quebrando em partesNĂșcleo do cometa foi submetido a mudanças tĂ©rmicas para as quais nĂŁo estava preparado ao ficar muito perto do Sol (Imagem: Reprodução/Instituto Nacional de AstrofĂ­sica da ItĂĄlia)

 

 Em uma cena cĂłsmica de rara beleza e violĂȘncia, o cometa C/2025 K1 (ATLAS) encontrou seu fim na madrugada de terça-feira (11), fragmentando-se em trĂȘs pedaços sob o olhar atento de astrĂŽnomos. A morte do visitante gelado, registrada pelo telescĂłpio Copernicus, no ObservatĂłrio de Asiago, nĂŁo foi instantĂąnea, mas o capĂ­tulo final de um processo de desintegração desencadeado por um encontro muito prĂłximo com o Sol um mĂȘs antes.

A sequĂȘncia de imagens, que impressionou a equipe do Instituto Nacional de AstrofĂ­sica da ItĂĄlia (INAF), mostra dois fragmentos principais separados por cerca de 2.000 quilĂŽmetros, com um terceiro pedaço menor seguindo Ă  esquerda. Os dados confirmam uma ruptura rĂĄpida e dinĂąmica, evidĂȘncia da extrema fragilidade do nĂșcleo do cometa.

“O que testemunhamos Ă© o desfecho dramĂĄtico para um objeto que nunca havia sentido o calor do Sol”, explicou a Dra. Elena Rossi, astrĂŽnoma do INAF envolvida nas observaçÔes. “Sua estrutura simplesmente nĂŁo estava preparada para esse estresse.”

 

Uma Morte Anunciada e Tardia

O periĂ©lio do cometa – seu ponto de maior aproximação solar – ocorreu em 8 de outubro, quando ele chegou a meros 0,33 unidade astronĂŽmica do Sol, uma distĂąncia inferior Ă  que separa MercĂșrio da nossa estrela. Embora tenha sobrevivido Ă  passagem inicial, o intenso aquecimento que sofreu naquele dia plantou a semente de sua destruição.

A radiação solar nĂŁo apenas queimou sua superfĂ­cie, mas penetrou profundamente em seu nĂșcleo, composto de gelos, poeira e materiais volĂĄteis. Esse calor fez com que o gelo preso em seus poros se transformasse subitamente em vapor. Sem vias de escape suficientes, o gĂĄs expandiu-se como em microexplosĂ”es, empurrando e fraturando a estrutura interna do cometa atĂ© que ela nĂŁo pĂŽde mais se manter coesa.

“Sinais de agonia foram detectados dias antes, com picos sĂșbitos de brilho”, relatou Gianluca Masi, astrofĂ­sico responsĂĄvel pelo Virtual Telescope Project, que tambĂ©m acompanhou o evento. “Eram claros indĂ­cios de que o nĂșcleo estava expelindo material de forma caĂłtica, um alerta de que uma ruptura era iminente.”

 

Uma “MĂĄquina do Tempo” em Pedaços

A tragĂ©dia para o cometa C/2025 K1 representa uma oportunidade de ouro para a ciĂȘncia. Classificado como um cometa “dinamicamente novo”, acredita-se que ele tenha passado os Ășltimos 4,5 bilhĂ”es de anos preservado no deep freeze da Nuvem de Oort, uma concha gelada nos confins do Sistema Solar.

“Sua composição Ă© uma cĂĄpsula do tempo, um registro praticamente inalterado da nebulosa primordial que deu origem aos planetas”, afirmou a Dra. Rossi. “Quando um cometa como este se fragmenta, Ă© como abrir um fĂłssil cĂłsmico. As camadas internas que sĂŁo expostas nos permitem analisar a matĂ©ria-prima do sistema solar em seu estado mais puro.”

As equipes do INAF jå se debruçam sobre os dados coletados. Nos próximos dias e semanas, a anålise espectroscópica dos fragmentos revelarå detalhes sobre sua composição química, densidade e porosidade, informaçÔes cruciais para entender as condiçÔes reinantes no nascimento do nosso sistema planetårio.

CenĂĄrio de Outro Mundo

Ironia do destino, a mesma noite que testemunhou a desintegração de um dos objetos mais antigos do Sistema Solar foi emoldurada por um dos fenĂŽmenos mais efĂȘmeros e modernos: uma intensa aurora vermelha. Causada por partĂ­culas de uma recente tempestade solar interagindo com a atmosfera terrestre, a aurora pintou o cĂ©u de Asiago de tons rubros, criando um contraste surreal e inesquecĂ­vel para os astrĂŽnomos que registravam, a milhĂ”es de quilĂŽmetros de distĂąncia, o Ășltimo ato de uma viagem que começou hĂĄ bilhĂ”es de anos. (fonte>olhardigital> texto adaptado com uso de IA).

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