Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos disse à Agência Lusa que “todos sabemos, por experiência, que quando há uma guerra e há pessoas em fuga, crianças em fuga, há sempre criminosos que tiram partido da situação. Sabemos que as crianças estão em risco de serem traficadas e é por isso que é tão importante o registo”.

A comissária acrescentou que é muito importante que os guardas da fronteira estejam atentos aos sinais. “Sabemos que temos órfãos na Ucrânia e alguns deles podem já estar aqui como menores desacompanhados. Poderemos também ter crianças que perderam o contato com os pais durante a viagem e, depois, as crianças são também, naturalmente, muito vulneráveis de se tornarem vítimas de tráfico”.

A Comissão Europeia está a trabalhar com a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), numa rede antitráfico em alerta para crianças refugiadas da guerra. “Estamos a cooperar para nos mantermos vigilantes e para nos assegurarmos de que fazemos tudo o que podemos para proteger as crianças”, vinca Ylva.

Na mesma entrevista, dada a várias agências europeias, incluindo a portuguesa Lusa, a comissária indicou que ainda não existem registos de vítimas, mas que não quer esperar até isso acontecer.

“Sabemos por experiência que, quando há fluxos migratórios massivos, também há crianças que desaparecem e iria surpreender-me se não tivermos também esse problema desta vez. É por isso que é importante não esperar até termos crianças desaparecidas para nos mantermos vigilantes, para termos isto realmente no topo do radar, para dizermos como podemos proteger e registar as crianças e para nos certificarmos de que forma as crianças chegam […] para que não caiam vítimas de grupos criminosos”, adianta Comissária.