Conscientização sobre os riscos ao soltar balões

Lei n 9.605, de 12 de fevereiro de 1998.

Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Enquanto as Festas de São João são uma parte bonita da cultura brasileira, a soltura de grandes balões não tripulados expõe um hábito de décadas que, mesmo criminalizado, não deixou de estar presente no cotidiano.

Para a aviação, o chamado “risco baloeiro” é crítico, já que uma colisão com um artefato desses poderia levar a graves incidentes ou acidentes.

Ao longo dos anos, não são poucas as vezes que esses casos têm sido relatados. A reeducação a quem comete esse crime tem se mostrado pouco eficaz e, certos da impunidade, os criminosos continuam a fazer o ilícito.

Entre profissionais da aviação, não é raro ouvir que

só vai mudar quando cair um avião com um político dentro,

já que o ceticismo é grande.

A exposição, para não falar vexame, por vezes funciona. O Brasil já teve seu nível de segurança do Espaço Aéreo rebaixado, mesmo tendo menos acidentes aéreos que os EUA, exatamente por causa do balão e das denúncias de vários pilotos, principalmente estrangeiros que acham inaceitável esta prática.

Desta forma, cabe à imprensa e o público continuar divulgando seus representantes (os políticos), preenchendo relatórios como o RELPREV, e procurar uma punição rígida e exemplar para os criminosos que colocam a segurança aérea em risco.

O incidente registrado no começo do mês de julho, quando um Boeing 777 da Qatar teve que desviar de um balão ao pousar em São Paulo, tomou o mundo e expôs um antigo problema brasileiro.

Mídias de vários países repercutiram as informações, inclusive EUA, Líbano, Romênia, Austrália, Emirados Árabes Unidos e, notoriamente, no Reino Unido, onde alguns dos maiores jornais, como The Independent e Daily Mail, replicaram as informações. No entanto, embora tamanha comunicação, a repercussão é novamente negativa para o Brasil.

Boeing da Qatar faz manobra a segundos do pouso para desviar de balão em São Paulo

Um incidente foi registrado na manhã de domingo, 3 de julho, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, quando vários aviões foram forçados a desviar de um enorme balão na aproximação final.

Foto por Rafael Freitas (Cedida ao AEROIN)

O Boeing 777 veio meio desalinhado com a pista pra evitar o balão. Quando ultrapassou, corrigiu o alinhamento com uma curva,

declarou Freitas, descrevendo a foto que fez na região do aeroporto, em que mostra o avião curvando antes de alinhar para o pouso.

Em comunicado à imprensa, a Qatar Airways informou que

“está ciente do evento que envolveu uma de suas aeronaves e um balão não tripulado, antes do pouso em São Paulo, no último domingo, dia 3 de julho. O voo pousou normalmente e dentro das margens de segurança. O comandante preencheu um relatório e enviou para as autoridades brasileiras, que investigam o caso”.

Apesar de não detalhar, o relatório preenchido pelo comandante muito provavelmente é o RELPREV (Relatório de Prevenção), cuja finalidade é relatar ao DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) uma situação com potencial de risco para a segurança operacional.

Fonte:Aeroin.net

Esse vídeo mostra a ‘filosofia’ dos baloeiros: