Foi protocolado no início da tarde desta terça-feira, 28, o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar irregularidades no Ministério da Educação (MEC).
Com quatro assinaturas a mais do que o necessário para a apresentação do pedido, a expectativa é que o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG) leia a solicitação no plenário e determine abertura até quinta-feira, 30.
O documento assinado por 31 senadores aponta possível interferência do Planalto na investigação do chamado “gabinete paralelo” da pasta que era comandado pelo pastor presbiteriano Milton Ribeiro (PSL/SP).
A prisão preventiva do ex-ministro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, alvo da Polícia Federal no último dia 22 foi o estopim do processo de abertura da CPI encabeçado pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
O pastor Gilmar Santos é líder do Ministério Cristo para Todos, ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia, e Moura, assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.
Controle da agenda e pressões
Fartas evidencias comprovam que os pastores controlavam a agenda do ministro e até a destinação dos recursos públicos do MEC em reuniões fechadas realizadas em um hotel em Brasília.
Também pesou para o sucesso da iniciativa de Randolfe uma mensagem do delegado da PF Bruno Callandrini a colegas que fizeram parte da operação que culminou com a detenção do ministro.
Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter dito que a prisão de Ribeiro seria sinal de que ele não intervinha na PF, Callandrini disse que uma “decisão superior” evitou o cumprimento da determinação judicial para a transferência de Ribeiro para Brasília.
Assim, seguiu o delegado, estava comprovado que ele não teria “autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional”.
Ribeiro, Santos e Moura, foram soltos no dia 23 por ordem do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
A mensagem do delegado Callandrini foi classificada pela PF como boato em nota que divulgou a abertura de um procedimento interno de apuração.
Esses são os senadores que assinaram o pedido de criação da CPI do MEC
- Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
- Paulo Paim (PT-RS)
- Humberto Costa (PT-PE)
- Fabiano Contarato (PT-ES)
- Jorge Kajuru (Podemos-GO)
- Zenaide Maia (PROS-RN)
- Paulo Rocha (PT-PA)
- Omar Aziz (PSD-AM)
- Rogério Carvalho (PT-SE)
- Reguffe (União-DF)
- Leila Barros (PDT-DF)
- Jean Paul Prates (PT-RN)
- Jaques Wagner (PT-BA)
- Eliziane Gama (Cidadania-MA)
- Mara Gabrilli (PSDB-SP)
- Nilda Gondim (MDB-PB)
- Veneziano Vital do Rego (MDB-PB)
- José Serra (PSDB-SP)
- Eduardo Braga (MDB-AM)
- Tasso Jereissati (PSDB-CE)
- Cid Gomes (PDT-CE)
- Alessandro Vieira (PSDB-SE)
- Dario Berger (PSB/SC)
- Simone Tebet (MDB-MS)
- Soraya Thronicke (União-MS)
- Rafael Tenório (MDB-AL)
- Izalci Lucas (PSDB-DF)
- Giordano (MDB-SP)
- Marcelo Castro (MDB-PI)
- Confúcio Moura (MDB-RO)
- Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)
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