Descoberta de novos geoglifos de Nazca utilizando IA

Arqueólogos da Universidade de Yamagata usaram o aprendizado profundo da tecnologia de inteligência artificial (IA) para descobrir novos geoglifos na parte norte da Pampa de Nazca, na árida planície costeira peruana.

Geoglifos no Pampa de Nazca foram identificados pela primeira vez durante a década de 1920, com estudos em andamento desde a década de 1940 revelando vários geoglifos figurativos de desenhos zoomórficos, formas geométricas e linhas lineares.

Geoglifos podem ser categorizados em três tipos principais: figurativo, geométrico e linear. Os arqueólogos sugerem que os geoglifos lineares foram criados pelos Nazca, uma cultura que se desenvolveu durante o Período Intermediário Inicial e é geralmente dividida em Proto Nazca (fase 1, 100 a.C. a 1 d.C.), Nazca Inicial (fases 2-4, 1 a 450 d.C.), Nazca Médio (fase 5, 450 a 550 d.C.) e Nazca Tardio (fases 6-7, 550 a 750 d.C.).

O tipo de relevo data do período Formativo Tardio (400 a 200 a.C.), pois as iconografias dos geoglifos são semelhantes aos petroglifos do período Formativo encontrados em afloramentos rochosos. Durante este período, a região foi habitada pela cultura Paracas, um povo andino que surgiu por volta de 800 a.C. até 100 a.C.

Os resultados de um estudo, publicado no Journal of Archaeological Science, revelou a descoberta de quatro novos geoglifos de Nazca usando este novo método criando uma abordagem para dados de treinamento de rotulagem que identifica um padrão parcial semelhante entre os geoglifos conhecidos e os novos.

Os quatro novos geoglifos retratam uma figura humanoide, um par de pernas, um peixe e um pássaro. O geoglifo humanoide é mostrado segurando um taco em sua mão direita e mede cinco metros de comprimento. O geoglifo do peixe, mostrado com uma boca aberta, mede 19 metros, enquanto o geoglifo do pássaro mede 17 metros e o par de pernas 78 metros.

“De acordo com os autores do estudo: “Desenvolvemos um pipeline de aprendizagem profunda (DL, na sigla em inglês) que aborda os desafios que comumente surgem na tarefa de detecção de objetos arqueológicos. Nossa abordagem permite que a DL aprenda representações de imagens com melhor generalização e desempenho, permitindo a descoberta de alvos que foram difíceis de encontrar no passado”.

A pesquisa está sendo conduzida desde 2004 por uma equipe da Universidade de Yamagata, liderada pelo professor Makato Sakai. A Universidade de Yamagata tem realizado pesquisas de distribuição de geoglifos usando imagens de satélite, fotografia aérea, LiDAR de varredura aérea e fotografia de drones para pesquisar a vasta área da Pampa de Nazca, cobrindo mais de 390 km2.

FONTE: SPUTNIK