Disco óptico armazena dados por 20 milhões de anos

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Armazenamento perpétuo de dados

Eterno é diferente de muito tempo, mas, para efeitos práticos, algumas durações temporais assumem facilmente o aspecto de eternidade.

Que tal 20 milhões de anos? Se você considerar que os pré-australopitecus surgiram há 7 milhões de anos e que o homo sapiens só apareceu na Terra há 200 mil anos, talvez você possa concordar que esse é um tempo quase incontável.

Pois é justamente esta a duração de uma nova tecnologia de armazenamento de dados apresentada por uma equipe da Universidade Zhejiang, na China – uma espécie de disco rígido eterno.

Esta é uma ótima notícia quando se leva em conta, de um lado, que todos os nossos dados estão guardados digitalmente e, de outro, que as tecnologias de armazenamento existentes (baseadas em semicondutores ou magnetismo) não podem lidar com o armazenamento a longo prazo porque têm uma vida útil de décadas, na melhor das hipóteses, e ainda sofrem de uma baixa densidade de armazenamento.

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E, para garantir ainda mais a longevidade dos dados, Zhuo Wang e seus colegas se propuseram a desenvolver o que eles chamam de “armazenamento de dados a frio”, no sentido de que os dados possam ficar guardados pela eternidade sem consumo de energia.

Armazenamento óptico de dados

A solução apresentada pela equipe se enquadra no armazenamento óptico de dados, como os CDs, DVDs, e blu-rays.

A diferença está no material onde os bits são gravados: Um filme fino de íons do elemento químico európio (Eu3+).

Os dados ópticos são gravados em alta velocidade por pulsos de laser ultrarrápido, que modificam os átomos de európio incrustados dentro de vidros de aluminossilicato, passando-os do estado de oxidação Eu2+ para Eu3+.

As modificações induzidas localmente no vidro podem resistir à temperatura de até 700 ºC e irradiação de luz ultravioleta com uma densidade de potência de 100 kW/cm2.

“A tecnologia de armazenamento de dados ópticos de longo prazo (ADO) é essencial para quebrar o gargalo do alto consumo de energia para armazenamento de informações na era atual de megadados. Aqui, um ADO com uma vida útil ultralonga, de 2 x 107 anos foi obtido com a redução induzida por um único pulso de laser ultrarrápido de íons Eu3+ e adaptação das propriedades ópticas dentro dos vidros de aluminossilicato dopados com Eu,” escreveu a equipe.

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O európio é um metal branco-prateado, sendo o mais reativo do grupo das terras raras. Ele já foi muito usado nos cinescópios, ou tubos de imagens, das antigas TVs. Com a falta de usos, seu preço vem caindo sistematicamente, com as cotações mais recentes disponíveis indicando US$31 o quilograma no final de 2021.

Fonte: Inovação Tecnologia
Pesquisa: Mateus Oliveira

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