Feridos e mortos sobrecarregam hospital no sul de Gaza

No Hospital Nasser, no sul de Gaza, um jovem embalou o corpo sem vida de seu irmão e estendeu a mão para tentar agarrar um médico que passava correndo por ele no corredor.

“Meu irmão!”, gritou o homem, chorando e batendo no chão enquanto outros se aglomeravam ao seu redor em busca de tratamento para seus feridos e lamentando seus entes queridos no domingo, o terceiro dia de guerra renovada e bombardeio israelense.

O hospital é um dos poucos que operam em Khan Younis, uma cidade do sul que os moradores dizem ser um dos focos da ofensiva israelense que foi retomada na sexta-feira.

Perto dali, os médicos passaram por cima de corpos e poças de sangue enquanto corriam para o próximo caso, e parentes trouxeram mais crianças atordoadas e às vezes inconscientes pelas portas principais.

Imagens captadas pela Reuters mostraram cerca de uma dúzia de jovens necessitando de tratamento, vários deles com o que pareciam ser ferimentos graves.

A ONU e grupos de ajuda humanitária dizem que dezenas de médicos foram mortos desde o início da guerra e que os suprimentos básicos, incluindo combustível para alimentar geradores, estão escassos em hospitais e clínicas.

Mais de 15.500 pessoas foram confirmadas como mortas em Gaza desde o início do conflito, de acordo com o ministério da saúde de Gaza.

O Ministério da Saúde palestino disse no domingo que 316 pessoas foram mortas desde sexta-feira em Gaza desde que a trégua expirou.

Não houve comentários imediatos de Israel sobre os relatos dos ataques de domingo. Os militares israelenses ordenaram anteriormente que os palestinos evacuassem várias áreas dentro e ao redor de Khan Younis e publicaram um mapa destacando os abrigos para os quais deveriam ir.

Mas os moradores disseram que as áreas para onde foram orientados estavam sendo atacadas.

Um homem do Hospital Nasser disse à Reuters que um ataque aéreo atingiu uma casa na cidade e ele carregou um menino ferido para o hospital, mas o menino morreu em seus braços no caminho.

Em outros lugares de Khan Younis, famílias se reuniram em funerais.

Um homem, Akram el-Rakab, disse que estava enterrando seu filho, bem como uma irmã e um sobrinho. Ele disse que estava orando a Deus para ajudar os palestinos a permanecerem fortes e que permanecesse onde estava, na cidade.

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