Fluxo piroclástico: o fenômeno mais letal das erupções vulcânicas

Fluxo piroclástico: o fenômeno mais letal das erupções vulcânicas

Os vulcões são estruturas geológicas que permitem a saída de magma, gases e outros materiais do interior da Terra para a superfície. As erupções vulcânicas podem ser classificadas em diferentes tipos, de acordo com a intensidade, a composição e a forma de emissão dos produtos vulcânicos. Um dos fenômenos mais perigosos e devastadores que podem ocorrer durante uma erupção é o fluxo piroclástico, também chamado de nuvem piroclástica ou onda piroclástica.

O que é um fluxo piroclástico?

Um fluxo piroclástico é uma mistura densa e turbulenta de gases quentes e partículas sólidas (piroclastos) que se desloca a altas velocidades (até 700 km/h) pelo relevo, seguindo a gravidade. Os piroclastos podem ser de diferentes tamanhos e formas, desde cinzas finas até blocos de rocha. Os gases podem atingir temperaturas de até 1000°C e conter substâncias tóxicas, como dióxido de enxofre, monóxido de carbono e ácido clorídrico.

Como se forma um fluxo piroclástico?

Existem diferentes formas de formação de um fluxo piroclástico, dependendo do tipo e da dinâmica da erupção vulcânica. Algumas das principais são:

Colapso de uma coluna eruptiva: quando o material expelido pelo vulcão não tem sustentação suficiente para se manter no ar, ele pode cair e se espalhar pelo solo, formando um fluxo piroclástico. Esse tipo de fluxo é chamado de fluxo de queda ou fluxo de colapso.
Colapso de uma cúpula ou de uma parede do vulcão: quando o magma se solidifica na saída do vulcão, ele pode formar uma estrutura saliente chamada de cúpula. Se a cúpula se torna instável ou é rompida por uma nova erupção, ela pode se fragmentar e deslizar pelo relevo, gerando um fluxo piroclástico. Esse tipo de fluxo é chamado de fluxo de colapso de cúpula ou fluxo de escoamento. Da mesma forma, se uma parte da parede do vulcão se rompe ou se desintegra, ela pode originar um fluxo piroclástico. Esse tipo de fluxo é chamado de fluxo de detritos ou fluxo de avalancha.
Explosão lateral ou dirigida: quando o vulcão entra em erupção de forma violenta e direcionada, ele pode lançar um jato de material piroclástico que se propaga pelo solo, formando um fluxo piroclástico. Esse tipo de fluxo é chamado de fluxo de explosão ou fluxo de surto.

Quais são os efeitos de um fluxo piroclástico?

Um fluxo piroclástico é um fenômeno extremamente destrutivo e letal, pois pode atingir grandes distâncias (até dezenas de quilômetros), arrasar tudo o que encontra pelo caminho (vegetação, construções, animais e pessoas) e provocar queimaduras, asfixia e intoxicação. Além disso, um fluxo piroclástico pode gerar outros perigos, como incêndios, tsunamis, terremotos e lahars (avalanches de lama formadas pela mistura de material vulcânico com água).

Quais são os exemplos históricos de fluxos piroclásticos?

Ao longo da história, vários fluxos piroclásticos foram responsáveis por catástrofes humanas e ambientais. Alguns dos exemplos mais conhecidos são:

A erupção do Vesúvio em 79 d.C., que soterrou as cidades romanas de Pompeia e Herculano, matando cerca de 16 mil pessoas¹.
A erupção do Pelée em 1902, que destruiu a cidade de Saint-Pierre, na ilha de Martinica, matando cerca de 30 mil pessoas².
A erupção do Krakatoa em 1883, que gerou uma série de fluxos piroclásticos que atingiram as ilhas vizinhas, matando cerca de 36 mil pessoas³.
A erupção do Pinatubo em 1991, que produziu vários fluxos piroclásticos que afetaram as áreas próximas, matando cerca de 800 pessoas⁴.
A erupção do Fogo em 2018, que provocou fluxos piroclásticos que soterraram várias comunidades na Guatemala, matando cerca de 200 pessoas.

Conclusão

Um fluxo piroclástico é um dos fenômenos mais perigosos e devastadores que podem ocorrer durante uma erupção vulcânica. Ele consiste em uma mistura de gases quentes e partículas sólidas que se desloca pelo relevo a altas velocidades, destruindo tudo o que encontra pelo caminho. Existem diferentes formas de formação de um fluxo piroclástico, dependendo do tipo e da dinâmica da erupção vulcânica. Ao longo da história, vários fluxos piroclásticos foram responsáveis por catástrofes humanas e ambientais, como as erupções do Vesúvio, do Pelée, do Krakatoa, do Pinatubo e do Fogo.