No que depender dos esforços de Patrick Chomet e da equipe de experiência do consumidor da Samsung, os smartphones do futuro não terão mais aquela interminável tela de configurações. Mesmo que tenham, será raro que os usuários entrem lá para mexer nas coisas. Chomet “sonha” com um telefone inteligente o suficiente a ponto de antecipar as ações e necessidades da clientela.
Quando isso deve acontecer? O vice-presidente executivo global da Samsung faz mistério: “não quero contar os segredos antes da hora”. Ainda assim, a gigante sul-coreana tem planos para robustecer o Galaxy AI a ponto de livrar os consumidores das variadas configurações.
Qual a próxima fase do Galaxy AI?
O Galaxy AI é o nome que reúne recursos de inteligência artificial da Samsung, inicialmente disponível no Galaxy S24. A meta da empresa é que a tecnologia chegue a 1 bilhão de dispositivos com o passar do tempo. Hoje em dia, ela traz ferramentas para melhorar mensagens, traduzir chamadas em tempo real, retirar objetos indesejados e acrescentar novos elementos às fotos.
Numa entrevista coletiva da qual eu participei, Chomet comenta sobre os planos de deixar o Android da Samsung mais sabido. A empresa está estruturando numa nova tecnologia nos celulares Galaxy para que a IA saiba qual aplicativo está aberto e o que a pessoa vai querer fazer na sequência.
Esta IA poderá atuar na câmera, no teclado ou nas notificações. Ela aprenderá com as ações do usuário para que o smartphone fique mais personalizado. Como santo de casa não faz milagre, Chomet admite (em meio a risadas) que precisa ajudar a mãe a fazer certas coisas no telefone. No futuro, se tudo der certo, isso não será mais necessário.
Semelhanças com a Apple Intelligence
A descrição feita por Chomet e também pelo CEO global da Samsung, TM Roh, durante o lançamento da nova linha de dobráveis lembra a Apple Intelligence. A futura IA do iPhone tem a proposta de compreender tudo o que está na tela do aparelho para facilitar a vida do consumidor.
O executivo da Samsung explica que os recursos essenciais de inteligência artificial vão rodar no próprio aparelho, enquanto algumas funções mais sofisticadas dependerão da nuvem. “Nós acreditamos numa abordagem híbrida para a IA”, complementa.
Quando pergunto se a Samsung começou a falar mais sobre isso após a movimentação da Apple durante a WWDC 2024, Chomet afirma que “não viu” os anúncios da concorrência – sem citar nomes, como manda a cartilha sul-coreana.
O Galaxy AI será pago?
Atualmente, os recursos do Galaxy AI são gratuitos para todos os usuários com aparelhos compatíveis. Costumam ser celulares e tablets dos últimos três anos, devido à exigência de amplo poder de processamento de IA, segundo Chomet. Isso pode mudar nos próximos anos, uma vez que a empresa se compromete a oferecer gratuitamente as funções mais básicas de IA.
“Existem serviços capazes de gerar vídeos com IA. Como oferecer isso de forma gratuita? Eu ainda não sei”, comenta Chomet.
Ele não descarta a possibilidade de que algo assim se torne uma modalidade premium do Galaxy AI.
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