Leite fermentado aliado da saúde ou só marketing?

Pequenos, doces e presentes nas prateleiras há décadas, os leites fermentados, como o Yakult, prometem benefícios ao intestino e à imunidade. Mas será que essas promessas se sustentam na ciência — ou são apenas fruto de um bom marketing? Com milhões de unidades vendidas por ano, os chamados lactobacilos vivos conquistaram gerações. Mas o que realmente se sabe sobre seus efeitos no organismo?

A origem: Japão, anos 1930

O leite fermentado nasceu no Japão nos anos 1930, quando o cientista Minoru Shirota isolou uma cepa de bactéria benéfica: a Lactobacillus casei Shirota. A partir disso, surgiu o primeiro produto comercial do tipo, o Yakult, lançado em 1935 com a proposta de melhorar a flora intestinal e a saúde como um todo.

O que diz a ciência?

Estudos apontam benefícios no consumo de probióticos — micro-organismos vivos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, contribuem para a saúde do intestino.

Entre os efeitos positivos associados aos leites fermentados:

. Melhora do trânsito intestinal (em casos leves de constipação)

. Redução de diarreias causadas por antibióticos

. Reforço na imunidade, especialmente em crianças e idosos

. Equilíbrio da microbiota intestinal

No entanto, os resultados podem variar. Nem todos os estudos chegam às mesmas conclusões, e a quantidade de bactérias em uma única garrafinha pode ser pequena demais para fazer diferença em alguns casos, dependendo da frequência de consumo e do organismo.

Leite fermentado

O açúcar é problema?

Sim. Uma garrafinha de 80 ml pode conter de 10 a 14 gramas de açúcar — quase três colheres de chá. Isso é especialmente preocupante para quem tem diabetes, crianças pequenas ou deseja reduzir o consumo calórico.

Fabricantes alegam que o açúcar ajuda a preservar as bactérias vivas e torna o produto mais palatável, principalmente para crianças. Hoje, já existem versões com menos ou nenhum açúcar adicionado, mas o sabor adocicado segue marcante.

O que dizem os nutricionistas?

A maioria dos nutricionistas reconhece que leites fermentados podem ser benéficos, desde que consumidos regularmente, como parte de uma alimentação rica em fibras e equilibrada.

Também é essencial verificar se o produto contém probióticos vivos em quantidade suficiente. O armazenamento inadequado pode reduzir a eficácia das bactérias.

É igual ao iogurte?

Não exatamente. Embora ambos usem leite e bactérias, o processo de fermentação é diferente. O iogurte é produzido com cepas específicas (como Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus) e costuma ser mais espesso e nutritivo. O leite fermentado, mais líquido, usa outras cepas e é voltado para consumo rápido. Ambos podem contribuir para a saúde intestinal.

Posso tomar todo dia?

Para quem é saudável, sim — desde que haja atenção ao consumo de açúcar e calorias. Quem tem intolerância à lactose, alergia à proteína do leite ou doenças intestinais específicas deve consultar um profissional antes de consumir regularmente. Importante: leite fermentado não substitui tratamentos médicos. Ele pode complementar uma dieta saudável, mas não cura doenças.

Vale a pena?

Se você busca melhorar a saúde intestinal e aprecia o produto, ele pode ser uma boa adição à sua alimentação — com moderação. Há também alternativas naturais com efeitos semelhantes, como kefir, kombucha, chucrute e probióticos em cápsulas. O segredo está na variedade, no equilíbrio e na atenção à qualidade do que se consome.

Fonte: clickpetroleoegas.com.br