Linklado: o teclado digital indígena

Plasmado por brasileiros, o aplicativo é uma forma não deixar com que a língua indígena se desfaça.

Samuel e Juliano Portela, estudante do ensino médio em Manaus, criaram uma tecnologia que vai ajudar a indígenas e não indígenas a escrever, ensinar e cultivar as línguas dos nossos povos originários. O Samhel Benzecry que estuda em Stanford, EUA, disse:

No Amazonas temos mais de 52 línguas vivas e muitos desconhecem essa riqueza linguística. Muitas dessas línguas contam com poucos falantes, algumas centenas ou milhares, e possuem aspectos interessantíssimos.

O teclado digital Linklado, disponível na Play Store e na Windows Store, inclui caracteres especiais e diacríticos que da forma ao vocabulário de mais de 40 línguas indígenas da Amazônia.

O software porta os caracteres ʉ, ɨ, ñ, ç̀, g̃, por exemplo, além da combinação de diacríticos (sinais gráficos `,´, ~, ^, ¨) que não é encontrado na maioria dos teclados físicos e virtuais.

Sem esta ferramenta, os indígenas tinha de se comunicar através de áudios ou usando substitutos p’ra esses caracteres, o que representa uma ameaça à continuidade das línguas nativas.

Samuel posiciona que a morte de várias dessas línguas é causada causada por glotocídio, ou seja a marginalização de uma língua em favor de outra, ele afirma:

O ‘Linklado’ seria uma forma de manter essas línguas vivas.

Aparelhos Androides podem ser postos na língua Kaingang ou Nheengatu, mas isso não resolve o problema de línguas que utilizam sinais diacríticos como ü̃, muito usado na Tikuna, que é a língua indígena mais falada no Brasil

O estudante pontua que já existiam teclados adaptados para línguas indígenas mexicanas, no entanto, eles não abrangem os caracteres usados pelas línguas indígenas da Amazônia.