Na reunião entre Forças Armadas, Defesa e o presidente ocorrida em Brasília na semana passada, o pedido de Berlim foi levado a Lula, que rejeitou a solicitação argumentando que não valia a pena provocar Moscou.
No último dia 20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou um pedido do governo da Alemanha para que o Brasil fornecesse munição de tanques que seria repassada por Berlim à Ucrânia.
A decisão ocorreu na reunião do petista com os chefes das Forças Armadas e o ministro da Defesa, José Múcio, segundo a Folha de São Paulo. A proposta teria sido levada pelo ex-comandante do Exército, Júlio Cesar Arruda, que foi exonerado no dia seguinte (21).
A mídia relata que de acordo com militares e políticos com conhecimento do episódio, Arruda afirmou que o Brasil embolsaria cerca de R$ 25 milhões por um lote de munição estocada para seus tanques Leopard 1, o modelo que antecedeu o tanque desejado pelo governo ucraniano, o Leopard 2.
O ex-comandante brasileiro levantou a hipótese de exigir de Berlim que não enviasse o produto para Kiev, o que não faria sentido. Em resposta, Lula teria negado o pedido alegando que não valia a pena provocar Moscou.
O fato de a discussão ser levada à presidência da República, mostra que o esforço do premiê alemão Olaf Scholz para montar um pacote de ajuda na área de blindados pesados a Kiev é mais amplo do que vem sendo divulgado.
Essa não é a primeira vez que o Estado alemão faz pedidos a Brasília para ajudar militarmente a Ucrânia. No ano passado, Berlim recorreu ao governo brasileiro para conseguir blindados alemães antiaéreos Gepard e, sobretudo, munições para esses tanques, a fim de abastecer militarmente as fileiras das tropas ucranianas em abril do ano passado, conforme noticiado.
Durantes recentes entrevistas concedidas por Lula, o presidente seguiu a linha de condenar o conflito sem se posicionar contra o líder russo, Vladimir Putin, o que lhe rendeu uma passagem na lista do governo ucraniano de divulgadores de propaganda russa. Posteriormente, o nome do petista acabou retirado.
Na América do Sul, o Brasil não foi o único país a negar apoio militar a Kiev. Os Estados Unidos pediram ao governo da Colômbia que cedesse antigos helicópteros soviéticos Mi-8 e Mi-17 para Ucrânia, mas levou um não do presidente Gustavo Petro.
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