Natalie Portman, de Hollywood: a lei nacional de Israel é racista

A atriz de Hollywood Natalie Portman chamou a lei estadual de Israel de “racista” em uma entrevista ao jornal londrino Al-Quds Al-Arabi.

“A lei do Estado Nação é racista”, disse a atriz israelense-americana na entrevista publicada ontem em árabe. “É um erro e eu não concordo.”

Em julho, Israel adotou a chamada Lei do Estado Nacional, declarando que “Israel é a pátria histórica do povo judeu e eles têm um direito exclusivo à autodeterminação nacional”. A lei controversa também despojou o árabe de sua designação como um idioma oficial ao lado do hebraico, rebaixando-o para “status especial”, apesar de ser usado por quase dois milhões de cidadãos palestinos de Israel que vivem no país, um quinto da população.

A lei foi criticada por muitos dentro de Israel, com a comunidade drusa de minoria israelense chamando a lei de “traição” e vários MKs palestinos renunciaram. Figuras israelenses proeminentes também condenaram a lei, com o autor best-seller Yuval Noah Harari recusando uma honra do consulado israelense em Los Angeles em protesto. O presidente de Israel, Reuven Rivlin, também criticou a lei, alegando que assinaria o documento em árabe.

“É difícil vir de um lugar onde você não tem opções. A situação foi politizada … a vida [das pessoas] será afetada em nível pessoal por todas as decisões tomadas pelos políticos ”, disse Portman sobre sua posição na lei. “Só espero que possamos amar verdadeiramente nossos vizinhos e que possamos trabalhar juntos”.

É a segunda vez este ano que Portman critica as políticas de Israel como “não alinhadas com meus valores judaicos”. No início deste ano, a atriz vencedora do Oscar recusou o convite para a cerimônia de premiação em Jerusalém, na qual teria recebido o prestigioso Prêmio Gênesis, apelidado de “Nobel judeu”. A atriz, que originalmente aceitou o prêmio, disse mais tarde que não estava disposta a participar porque “ela não queria aparecer como endossando o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu”.

A fundação Genesis disse em comunicado que Portman decidiu não viajar para Israel para a cerimônia de 28 de junho organizada em sua homenagem porque “os recentes eventos em Israel [foram] extremamente angustiantes para ela e ela não se sente confortável em participar de nenhum evento em Israel”.  A atriz continuou dizendo que“ ela não pode em sã consciência avançar com a cerimônia ”.

Enquanto Portman não especificou qual “evento recente” havia sido “angustiante” e a fez sentir-se desconfortável em visitar Israel, acreditava-se que ela estava se referindo à violenta repressão israelense aos moradores de Gaza desarmados que participavam da Grande Marcha do Retorno.

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Jac Jannie

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