Novas pesquisas indicam caminhos promissores para tratamento contra Alzheimer
No Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), localizado em Macaíba, a professora e pesquisadora Maria Carolina Gonzalez vai investigar o processo de construção das nossas memórias. De acordo com ela, as memórias apresentam mecanismos de consolidação que buscam armazená-las no cérebro, mas isso não significa dizer que elas possuem um caráter imutável, dado que são passíveis de mudanças e atualizações.
“Então, nós focamos nosso trabalho nesse processo de modificação ou atualização das memórias persistentes”,
pontua Gonzalez.
No projeto de pesquisa financiado pelo Instituto Serrapilheira, as informações armazenadas no cérebro são o ponto chave do seu trabalho.
“A pergunta fundamental do projeto que estamos desenvolvendo nos próximos três anos é como que as experiências passadas influenciam no armazenamento de novas memórias e como essas novas memórias são incorporadas às memórias passadas para formar o que conhecemos como esquema de memória ou esquema de conhecimento”,
esclarece.
Maria Carolina Gonzalez, que é argentina, aponta para um exemplo baseado em experiências próprias que podem facilitar a assimilação para o público leigo no tema.
“Lá em Buenos Aires, durante o Natal, é muito comum comer castanha de caju e eu lembro de comer castanha de caju quando era criança. Só que eu sempre a via em um pacotinho no mercado. Quando eu cheguei aqui em Natal, eu conheci o caju e achei maravilhoso. Não sabia que a castanha de caju vem da fruta do Caju e soube, também, que no RN tem o maior cajueiro do mundo”,
compartilha.
Ela continua explicando que hoje em dia, quando pensa na castanha de caju, suas memórias a levam tanto para a infância em Buenos Aires quanto para o maior cajueiro do mundo, localizado no distrito de Pirangi do Norte, em Parnamirim. Isso significa que, de alguma forma, ambas memórias estão interligadas em seu cérebro como um esquema de conhecimento. Nisso está a motivação do estudo: compreender como as memórias que compartilham certas características formam o conhecimento.
“Isso é importante porque imagina que você está na escola e primeiro vai aprender números, depois aprender a fazer operações mais complexas com números. Então todo nosso conhecimento vai sendo construído acima do que a gente vai aprendendo previamente, ou seja, não construímos conhecimento com as experiências que ainda vamos passar”,
adverte Maria Carolina Gonzalez. Ainda, segundo ela, na maioria dos estudos das últimas décadas em torno da memória, o foco foi entender sobre a formação da memória parcial com base em eventos de aprendizagem particular.
Mas Gonzalez, no entanto, reforça que tanto os animais quanto os humanos têm conhecimento prévio, ou seja, quando aprendemos algo, as conexões nos nossos neurônios mudam, desencadeando mudanças físicas no cérebro que armazena essas memórias. Nesse sentido, a novidade do projeto está em querer compreender como as memórias são formadas levando em conta as experiências anteriores do sujeito. Para alcançar a proposta, colaboram no estudo quatro estudantes de mestrado, três estudantes de iniciação científica, uma professora do Instituto Santos Dumont (ISD), dois docentes da UFRN, além de dois pesquisadores fora do Brasil.
A previsão é de que o estudo inicie os primeiros requerimentos em setembro deste ano. O valor recebido para financiamento foi o máximo disponibilizado pelo Serrapilheira, e vai ser utilizado para demandas como compra de insumos, equipamentos e favorecimento da publicação e apresentação de trabalhos em congressos. De acordo com Maria Carolina Gonzalez, um dos maiores desafios vai ser compreender como rastrear neurônios, que se ativam quando estamos aprendendo, e ver se eles realmente estão mudando o padrão de ativação quando os animais estão aprendendo alguma coisa relacionada.
Mas se por um lado existem as barreiras, por outro, as expectativas para a aplicabilidade do estudo são positivas.
“Conhecer como o cérebro funciona no sentido fisiológico pode ajudar a entender futuramente o que está funcionando mal em patologias relacionadas à perda da memória. O que a gente publicar pode ser utilizado por outros pesquisadores que queiram estudar sobre isso que for descoberto. Talvez o conhecimento que vamos disponibilizar vá ser utilizado por grupos especializados na doença do Alzheimer para aproveitar as informações”,
destaca.
FONTE: tribunadonorte
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