Em 1973 o Pink Floyd lançou um de seus maiores hits, “Money”. A letra foi escrita por Roger Waters como uma sátira ao estilo de vida dos ricaços, só que ela acabou virando uma auto profecia quando eles próprios enriqueceram com o “The Dark Side of the Moon” e suas vendas estratosféricas.
O livro The Dark Side Of The Moon – Os Bastidores da Obra Prima do Pink Floyd, de John Harris, como o nome já diz, fala justamente sobre essa época. Lá conta que Waters, socialista, que defendia que ter muito dinheiro era errado, se viu num paradoxo ao, de um dia para outro, ter muito dinheiro.
“Acho que é um grande perigo se envolver com esse negócio de carros de luxo. É tudo muito ardiloso e complicado, a gente tem altas discussões na banda por causa disso.”
“Pra ser sincero, confesso que na época virei um capitalista. Você pode chamar do que quiser, mas se você de repente ganha muito dinheiro, a sensação é que você virou um capitalista. Não dá para fingir que nada mudou. Você pode até expor seus ideais humanitários (coisa que sigo fazendo), mas as coisas ficaram bem mais complicadas.”
“Fiquei naquele dilema por ter vindo do meio social que vim. Após ficar rico com o ‘The Dark Side of the Moon’ não podia fingir que era um autêntico socialista, mas 25% do dinheiro ia para um fundo beneficente que mantenho desde então. Não é algo sobre o qual fico fazendo alarde, mas ele atua principalmente na Inglaterra e tem a ver com crianças. Não é nada de inovador. Uma das vantagens de ser capitalista é que você meio que vira um filantropo, de certa forma.”
O finado Richard Wright nunca foi lá muito amigo de Roger Waters — ainda mais após ter sido demitido do Pink Floyd por ele durante a produção do “The Wall” (1979). Em 1994, na época do “The Division Bell” ele expôs a hipocrisia do baixista:
“Na época do ‘The Dark Side of the Moon’ ganhamos uma grana preta, então comprei uma casa no campo. Tinha dois filhos pequenos. Aí Roger Waters chegou para mim e disse: ‘Não acredito que você fez isso. Você se vendeu, isso é revoltante!’ Seis meses depois ele comprou uma muito maior que a minha, aí eu perguntei ‘Lembra do que você me falou?’ e ele respondeu ‘Ah, mas é que foi minha esposa que quis, não eu…’ Uma tremenda balela! Eu achei ele um baita hipócrita, foi o que me deixou puto com ele.”
Escola de Lúcifer
Eu Me Represento: a Solução Política
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