O que fazíamos antes da internet?

A jornalista Pamela Paul, editora-chefa da seção de livros do The New York Times, lançou um livro chamado “100 Things We’ve Lost to the Internet”. Nessa obra, ela investiga as sensações, objetos e momentos que desapareceram com a chegada da tecnologia. Em uma de suas experiências, Paul menciona um episódio em que estava em um barco na Ilha Catalina, na Califórnia, quando recebeu a notícia do incêndio na Catedral de Notre Dame e uma mensagem de um produtor de Hollywood. Isso a levou a refletir sobre a desconexão com o momento presente.

No livro, que ainda está disponível apenas em inglês, Paul fala sobre a perda da atenção, do tédio e da paciência, além de listar objetos que deixaram de existir, como enciclopédias, telefones de cozinha, porta-cartões de visitas e cartões de aniversário.

Ela não escreveu o livro apenas para lamentar a perda do passado. Embora tenha um lado nostálgico, Pamela reconhece que a tecnologia também trouxe benefícios. Durante momentos de confinamento, por exemplo, a internet se tornou uma ferramenta importante para a manutenção de conexões sociais.

Pamela Paul convida os leitores a refletir sobre sua relação com a tecnologia. Ela admite sentir frustração com sua dependência, mas também aprecia os aspectos positivos da conectividade. Ao postar uma foto no Instagram e receber muitos “likes”, ela se questiona sobre o que a fazia sentir-se bem antes da era digital e de onde vinha essa satisfação.

Curiosamente, ela opta por não usar plataformas de streaming, preferindo um serviço de DVDs chamado dvd.com, que oferece apenas quatro opções de filmes em casa. Essa escolha, segundo ela, evita o desperdício de tempo navegando por uma infinidade de canais.

Por fim, Paul nos lembra que a tecnologia não é uma força inevitável e que pode ter nos privado de algumas experiências valiosas. Ao refletir sobre como chegamos até aqui, ela nos incentiva a pensar no que fazíamos antes da internet e na importância de reavaliar isso em nossas vidas.