por que a abelha rainha cresce mais do que as operárias?

No universo das abelhas da espécie Apis mellifera, a diferença de tamanho entre a rainha e as operárias começa ainda na fase larval, a partir da alimentação. Enquanto as operárias consomem uma dieta composta por mel, pólen e néctar, as futuras rainhas recebem exclusivamente a geléia real, uma substância produzida pelas glândulas de abelhas enfermeiras.

Essa diferença nutricional é determinante para o desenvolvimento do corpo da rainha. A geléia real contém uma proteína chamada royalactina, que ativa receptores ligados à multiplicação celular. Isso acelera o crescimento e favorece um metabolismo mais intenso, fazendo com que a abelha rainha atinja um tamanho significativamente maior.

por que as operárias são estéreis e a rainha, fértil?

Durante muito tempo, acreditou-se que a esterilidade das operárias era consequência direta de uma alimentação limitada, enquanto as rainhas, com dieta rica em geléia real, mantinham sua fertilidade. No entanto, pesquisas mais recentes, como um estudo publicado em agosto de 2015 na revista Science Advances, mostraram que a questão vai além da simples falta de nutrientes.

O estudo indicou que a fertilidade das rainhas está relacionada também à ausência de certos compostos fenólicos presentes no mel, pólen e néctar — alimentos que não fazem parte da dieta das futuras rainhas. Esses compostos, como o ácido p-cumárico (APC), afetam diretamente a expressão genética das abelhas.

Para testar isso, os cientistas alimentaram larvas de abelha com e sem APC. As que consumiram o composto apresentaram ovários menores, enquanto aquelas privadas dele desenvolveram ovários maiores. Além disso, houve alteração significativa na expressão de genes ligados ao crescimento e desenvolvimento dos órgãos reprodutivos.

Essa descoberta revela que não é apenas a geléia real que molda uma rainha — mas também a ausência de certos alimentos que modulam seu DNA e permitem que ela se torne fértil.

Fonte: olhardigital.com.br