Promotores pedem prisão de ex-guarda nazista de 101 anos

Trata-se da pessoa mais velha a ser acusada de cumplicidade em crimes durante o “holocausto”

Promotores alemães de Brandemburgo requisitaram que um homem de 101 anos, ex-guarda de um campo de concentração nazista, seja condenado a cinco anos de prisão.

O homem, Josef S., se declarou inocente. A acusação é sobre o assassinato de 3.518 pessoas no campo de concentração de Sachsenhausen, no subúrbio de Oranienburg, perto de Berlim, entre 1942 e 1945.

A promotoria aponta que Josef S. atuou em Sachsenhausen do final de 1941 até fevereiro de 1945. Ele tinha 21 anos quando se juntou à SS.

Em interrogatório, o homem de 101 anos posicionou que não fez “absolutamente nada” no campo de concentração e negou conhecimento dos suspostos crimes que mídia afirma existir.

Os promotores, porém, afirmam que ele “conscientemente e voluntariamente” participou de assassinatos enquanto trabalhava como guarda em Sachsenhausen.

Uma porta-voz do tribunal disse à agência de notícias AFP que a promotoria também acredita que “as provas apresentadas pela acusação foram totalmente confirmadas”.

“Você aceitou a desumanização das vítimas e aguentou isso. Não acredito nessa história de ‘não sabíamos de nada'”, disse o promotor Cyrill Klement ao acusado nesta terça-feira (18/05), no tribunal.

As alegações contra o idoso incluem a participação na “execução por fuzilamento de prisioneiros de guerra soviéticos em 1942” e a implantação do “gás venenoso Zyklon B” nas câmaras de gás de Sachsenhausen.

O homem está sendo julgado desde outubro do ano passado no tribunal de Neuruppin. As audiências do caso estão sendo realizadas na cidade vizinha de Brandemburgo.

O idoso permaneceu livre durante o seu julgamento. Se condenado, é improvável que ele seja preso, dada sua idade. Um veredicto é esperado para o início do próximo mês.