Quarta maior jazida de bauxita do mundo fica em área do Pará

Uma imensa reserva de bauxita, considerada a quarta maior descoberta mineral do planeta, foi identificada no Estado do Pará, entre os municípios de Oriximiná, Terra Santa e Faro. O empreendimento, liderado pela Mineração Rio do Norte (MRN), já recebeu aval do Ibama e integra o projeto “Novas Minas”, que prevê investimento de R$ 5 bilhões ao longo dos próximos 15 anos para explorar a área.

Detalhes do projeto e importância econômica

A descoberta reforça o papel do Brasil como um dos principais exportadores de bauxita — matéria-prima essencial para a produção de alumínio. A demanda tem crescido, especialmente nos setores automotivo, aeroespacial e de embalagens, este último com destaque para o uso do alumínio reciclável (que pode chegar à reciclabilidade de 95%).

Além disso, com a ativação da jazida:

Estima-se a geração de mais de 12 mil empregos diretos e indiretos até 2030, beneficiando comunidades locais e movimentando a economia regional.

Existe a perspectiva de atração de indústrias de transformação de alumínio para o Norte do país, o que pode impulsionar o PIB do Pará e promover desenvolvimento infraestrutural e logístico.

O Brasil poderá diminuir sua dependência de importações de alumínio bruto, reduzindo custos para empresas nacionais e contribuindo para resultados fiscais mais positivos.

Sustentabilidade, licenças e desafios ambientais

O projeto “Novas Minas” já conta com licença do Ibama, que estabeleceu uma série de obrigações para assegurar que a exploração seja ambientalmente responsável. Entre os compromissos exigidos:

. Recuperação das áreas mineradas por meio de revegetação com espécies nativas.

. Redução no consumo de água durante a atividade mineradora.

. Monitoramento em tempo real dos ecossistemas vizinhos para evitar ou mitigar impactos adversos.

Mesmo com esses mecanismos, há desafios significativos:

. Garantir que as etapas de exploração respeitem inteiramente as normas ambientais, sem causar degradação irreversível.

. A necessidade de infraestrutura de transporte, energia e logística adequada para suportar o ritmo de produção previsto, especialmente em regiões remotas.

. Mitigar impactos sociais nas comunidades locais, como desmatamento, migração, poluição de rios, entre outros, e assegurar que os benefícios sejam compartilhados de forma justa.

Perspectivas e impactos futuros

A entrada dessa jazida em operação deverá provocar mudanças estruturais no setor mineral brasileiro:

Fortalecimento do Brasil no mercado global de bauxita e alumínio, podendo aumentar sua competitividade internamente e nas exportações.

Potencial para instalação de indústrias de valor agregado no Pará, agregando tecnologia, empregos qualificados e diversificação econômica.

Contribuição relevante para metas relacionadas à transição energética, dado que o alumínio é usado em veículos leves, componentes aeroespaciais e soluções sustentáveis.

Fonte: correiodoestado.com.br

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Matheus Noleto

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