Caças russos e sírios fizeram bombardeios neste sábado (30/11) em Aleppo, 2º maior metrópole da Síria, localizada no norte do país, depois que insurgentes jihadistas assumiram o controle da maior parte da cidade após uma ofensiva surpresa.
As investidas ocorrem em um momento em que uma aliança de facções rebeldes, liderada pela organização militante islâmica Hayat Tahrir al-Sham (HTS ou Organização para a Libertação do Levante) penetrou profundamente na cidade, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido.
A HTS, considerada uma das milícias armadas mais fortes do noroeste da Síria, é liderada pela antiga filial da rede terrorista Al Qaeda na Síria e controla grandes áreas da região de Idlib, assim como partes das províncias vizinhas de Aleppo, Hama e Latakia.
Cerca de 14.000 tiveram que fugir
Fontes militares sírias disseram que povoados nos arredores também sofreram ataques aéreos das forças russas e sírias depois que os rebeldes realizaram sua varredura na região desde quarta-feira, forçando cerca de 14.000 habitantes a deixarem suas casas, de acordo com as Nações Unidas.
Desde setembro de 2015, as forças russas têm lutado ao lado das tropas leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, em uma tentativa de reprimir uma revolta de várias forças rebeldes que se seguiu à repressão do governo sírio aos protestos pró-democracia, em sua maioria pacíficos, em 2011.
Escalada
A recente explosão de combates ocorre após um período em que a guerra civil da Síria era considerada grandemente contida.
Assad, com a ajuda de seus aliados Rússia e Irã, conseguiu colocar cerca de 2/3 do país novamente sob o controle do governo nos últimos anos, sendo que Idlib, a sudoeste de Aleppo, continua sendo o último reduto rebelde.
As Forças Armadas da Síria anunciaram neste sábado que haviam feito uma “retirada temporária das tropas” para preparar uma contraofensiva e que dezenas de soldados haviam sido mortos em combates em Aleppo e Idlib nos últimos dias.
Os rebeldes disseram que a ofensiva é uma resposta aos recentes bombardeios de artilharia das forças do governo a áreas civis.
A Administração de Operações Militares dos rebeldes disse em seu canal no Telegram que houve “um grande colapso nas fileiras das forças” do governo sírio, cujas tropas “se retiraram de vários locais estratégicos” na província de Aleppo e na vizinha Idlib, principal reduto da oposição na Síria.
Segundo estimativas do Observatório, pelo menos 311 pessoas foram a óbito desde o início da ofensiva dos insurgentes na madrugada de 27 de novembro, um número que vem aumentando diariamente.
Entre elas, estão 183 combatentes islâmicos; 100 soldados do Exército sírio e de milícias pró-iranianas aliadas a Damasco; enquanto 28 civis foram mortos tanto em Aleppo quanto em Idlib, a grande maioria deles, em bombardeios de aeronaves russas, segundo a ONG.
A operação coincidiu com a entrada em vigor de um frágil cessar-fogo no vizinho Líbano entre Israel e o movimento libanês pró-iraniano Hezbollah, após 2 meses de guerra aberta.
Fonte: dw.com
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