Você carrega o peso emocional dos outros? Há pessoas que vivem a incoerência de tentar sustentar o outro quando sequer tem firmeza na própria perna. Um texto que fala das sutilezas e densidades, dos sentidos e direções, bem como um pouco de tudo e de nada.
Muitas vezes queremos carregar o peso dos outros em nossos ombros. Mal sabemos que quando a carga não é nossa ela tem um peso diferente. Uma pessoa bem intencionada, quando faz o papel do herói, quase nunca entende o peso das cargas alheias. Todo herói pode ser admirado pelo que é por fora, mas quase ninguém sabe que é mutilado por dentro. As cargas esmagam, fraturam e corrompem o sistema. Cada um deve levar o seu próprio peso, ser o herói de si próprio.
A vida só é pesada quando não aprendemos a deixar partir o que não se conecta mais a nós. Uma carga envelhecida é inútil entre idas e vindas que o mundo dá. O peso que habita em mim deve ser compatível ao que minha mente suporta, não aos meus joelhos. Leve sua própria carga não por ser um sujeito egoísta e antifraterno, mas porque você enxerga o que os outros não enxergam. Os ombros só verdadeiramente pesam quando estão desprovidos de alguma carga. Quem não carrega nada, mal sabe que carrega tudo.
Enquanto se acostuma ao peso e a própria carga geralmente ocorre a descoberta do quanto é diferente abrir mão, deixar seguir. No princípio parece amargo, mas logo a percepção fica doce. Sem o peso dos outros vamos mais rápido e ajudamos de um meio alternativo, assim como você tem mais mobilidade frente outras questões enquanto os outros aumentam suas forças. O peso de cada um torna-os mais fortes enquanto carregar o peso deles nos faz mais fracos. Quando se está livre, verdadeiramente livre, a carga perde o peso enquanto nos elevamos cada vez mais alto.
É fato que toda essa carga emocional deixa os pés presos ao solo, num aterramento inoportuno. Deixar a vida fluir é se permitir uma flutuação pelo vazio do desconhecido. Poucos querem arriscar um momento sem pesos e sem chão ainda que sonhem com uma realidade diferente. Ao deixar os pesos próprios e alheios é preciso arcar com a leveza que permite chegar as nuvens. Assim que alguns se sentem volitando no desconhecido preferem a certeza dos pesos e dos problemas. Afinal, onde poderiam chegar sem a gravidade da gravidade?
Se você entende os sentidos e significados dessas palavras vai compreender que pesos não trazem sinais, apenas desconforto. O peso gera insatisfação contrária a liberdade e a libertação dos próprios condicionamentos. A questão fundamental, mais profunda que os problemas em si, é o entendimento de que nenhum peso na verdade existe. A questão é que nossas emoções são escolhas conscientes ou inconscientes e que algo inadmissível para mim por ser irrelevante para você. Nós selecionamos, moldamos e nutrimos todo sofrimento em si.
Não carregar o peso dos outros e amenizar os próprios é uma tarefa que pode ser árdua ou harmoniosa. Melhor que carregar os pesos é saber o momento de deixá-los e o modo como fazê-lo. Abrir mão pode ser sofrido quando, apesar de todo desgaste e todo tormento, no fundo se ama carregar pesos e ser machucado por eles. Pode ser uma decisão difícil trilhar pelo caminho da pacificação íntima. Primeiro deixar de amar os sofrimentos e depois admitir que são nossas próprias criações para só então seguir em direção as estrelas.
Evangelho puro!
Luz p’ra nós!
Luz pra nós
luz p’ra nós
Ótimo texto.
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós.
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!
Luz p´ra nós!
#LuzPraNos
Luz p’ra nós!