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A partir de hoje (29), trabalhadores de aplicativos – entre motoristas e entregadores – farão greves e manifestações em pelo menos 17 cidades brasileiras.
São elas: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Carapicuíba (SP), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Aracaju (SE), Teresina (PI), Manaus (AM), Recife (PE), Porto de Galinhas (PE), Vitória de Santo Antão (PE), Caruaru (PE), Garanhuns (PE), Petrolina (PE), Porto Alegre (RS), Brasília (DF) e Curitiba (PR).
Melhores condições de trabalho, aumento da remuneração das corridas e rechaço à alta no preço dos combustíveis são as reivindicações que unem as categorias nas mobilizações que, em algumas cidades, levam o nome de “apagão dos aplicativos”.
As principais empresas que as greves miram são as maiores dos setores de transporte individual e de delivery no Brasil: Uber, 99 e iFood.
Nesse mês, uma pesquisa vinculada à Universidade de Oxford sobre a atuação dessas e mais três plataformas no Brasil apontou condições de trabalho indecentes nas empresas.
Há meses entregadores de app ventilam a ideia de um breque nacional contra as plataformas em 1° de abril, o dia da mentira. A isso se somaram as mobilizações de motoristas da Uber e da 99 previstas para 29 de março.
As mobilizações pelas cidades
No Rio de Janeiro, a paralisação é unificada entre motoristas e entregadores e acontece hoje (29) e na quarta-feira (30).
No primeiro dia uma manifestação sairá do aeroporto Santos Dumont às 7h em direção à sede da Uber. No segundo, a concentração é no Trevo das Margaridas.
“A gente está fazendo uma grande campanha para todos desligarem os aplicativos e vamos criar vários pontos de bloqueio”, relata Luiz Corrêa, que trabalha como motorista da Uber e da 99 há cinco anos na capital carioca.
Presidente do Sindicato dos Prestadores de Serviços Por Meio de Apps do Rio de Janeiro (Sindimob), Corrêa conta que para a mobilização foram preparados adesivos e um bandeirão de 100 metros.
Na capital baiana e em seis cidades de Pernambuco, a paralisação também é unificada entre trabalhadores de app e está marcada para hoje (29). Em Manaus, ela está sendo organizada apenas por motoristas.
Em Belo Horizonte, de forma escalonada, haverá greve de ambas as categorias entre hoje (29) e domingo (3). À frente da mobilização estão os entregadores, que prometem paralisar completamente os serviços de delivery durante o fim de semana.
Em São Paulo, motoristas deixarão de fazer corridas hoje (29). De acordo com Lucas Rodrigues, trabalhador da Uber, a expectativa é que 700 condutores se reúnam em frente à sede da empresa, localizada na Barra Funda.
A partir da sexta-feira (1), entregadores paulistas também brecam. Às 8h desse dia, uma manifestação está marcada com concentração em frente ao estádio do Pacaembu.
“Pegaremos a marginal Pinheiros e depois vamos para a sede do iFood, em Osasco”, afirma o entregador Altemício Nascimento. “Vai ser tudo misturado: biker, motoboy, caminhoneiro, van escolar”, diz.
Reajustes anunciados pelas plataformas
Pouco tempo depois que a Petrobras anunciou, no último dia 10, mais um aumento no preço dos combustíveis – dessa vez em 19% para a gasolina e 25% para o diesel – a Uber, a 99 e depois o iFood, comunicaram que farão reajustes nas remunerações aos trabalhadores.
A 99 prometeu um aumento de 5% no valor do quilômetro rodado e a Uber, um reajuste temporário de 6,5% por corrida. Acontece que, de acordo com os motoristas, o incremento até agora não chegou.
“Mesmo com todos esses aumentos da gasolina, ofereceram um reajuste simbólico de 6,5% que na prática nunca aconteceu e, mesmo que aconteça, representa R$0,65 numa corrida mínima. Enfim, né? O pessoal se revoltou”, narra Mônica Sguerri, motorista de app em São Paulo.
A 99 afirmou ao Brasil de Fato que desde a última quarta-feira (23), os motoristas recebem “um auxílio em seus ganhos com base na variação dos custos da gasolina em diferentes regiões do país”. Segundo a 99, serão pagos R$0,10 a mais por quilômetro rodado para cada R$1 de aumento do combustível.
A Uber foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.
O iFood anunciou, no último dia 17, que deve reajustar a taxa mínima paga ao entregador a cada corrida. De R$5,31, ela deve passar para R$6. Já o valor pago por quilômetro rodado deve passar de R$1 para R$1,50.
De acordo com a empresa, a mudança passa a valer a partir de 2 de abril, exatamente o dia seguinte ao que já estavam agendadas as greves de entregadores.
Para Nascimento, o reajuste anunciado é resultado da pressão da categoria por meio da intensificação das greves, que desde setembro do ano passado passaram a ter duração de vários dias.
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com valor do combustível deve estar osso pra essa galera.
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