Cantora palestina foi detida após texto no Facebook, outros árabes israelenses e palestinos também foram alvo de represálias
O chefe de polícia Kobi Shabtai decretou a proibição de “qualquer manifestação contra a guerra”, uma medida que Adalah considera ilegal.
Segundo a imprensa israelense, ao menos 63 árabes israelenses foram detidos nas últimas semanas por publicações que supostamente “apoiam o terrorismo”.
A cantora, Dalal Abu Amneh, que tem centenas de milhares de seguidores no Instagram, também trabalha como neurologista na cidade israelense de Haifa
Após os primeiros bombardeios de Israel sobre Gaza, Abu Amneh escreveu no Facebook:
Não há vencedor senão Deus 🇵🇸.
Abir Bakr, advogada da cantora, posicionou que a cliente foi a uma delegacia de polícia p’ra uma registrar queixa depois de:
Receber centenas de ameaças de morte em inglês e em árabe Porém, as forças de segurança não abriram uma investigação e a cantora foi detida por um comentário que publicou no Facebook.
Ela foi algemada (…) submetida a insultos e humilhações. Querem intimidar as pessoas e dar uma lição com Dalal como exemplo.
A polícia israelense disse em um comunicado que ela foi detida por “incitação à violência” e “comportamento suscetível de atentar contra a ordem pública”.
Um tribunal de Nazaré determinou na quarta-feira a libertação da artista após o pagar de fiança de 2.500 shekels (US$ 625, R$ 1.330). Ela está em prisão domiciliar na casa de sua mãe e, por 45 dias não poderá postar nada relacionado à guerra.
O caso de Dalal Abu Amneh não foi o único. A polícia israelense anunciou na quarta-feira a detenção de um coletivo de 76 pessoas em Jerusalém Leste acusadas de “apoiar organizações terroristas” nas redes.
Entre os detidos estão um advogado, um chef de cozinha de um restaurante israelense que foi demitido. Também teve um jovem que ficou detido por cinco dias apos compartilhar fotos de crianças de Gaza com a frase:
meu coração está com vocês.
Hassan Jabareen, diretor do Centro Adalah, organização de defesa das minorias árabes, explicou à AFP que:
Muitas pessoas de direita apresentam denúncias contra cidadãos árabes.
Jaafar Farah, diretor da associação de defesa dos direitos humanos Musawah, pontuou que:
Desde o início da guerra, quase 150 trabalhadores e quase 200 estudantes (árabes) foram demitidos por publicações de apoio a Gaza nas redes sociais.
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Luz p’ra nós!
Ser contra o que Israel tem feito há mais de 70 anos é apoiar terrorismo? Mas que desculpinha esfarrapada -.-
#luzpranos
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós!
Mesmo que matem a
Verdade,
Ela ressurge ainda
✝️
Forte
Luz p’ra nós 🙏⚛️
Luz pra nós
É muita cara de pau e um tiro no pé também.
Cada vez fica mais claro quem é quem.
Luz p´ra nós
Que absurdo! 😡
Luz p’ra nós!