Suspensão de Parceria EUA-Brasil por Decreto de Trump contra Combate a Incêndios Florestais

Mile Fevereiro 11, 2025 2 min read

Um decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resultou na suspensão de toda a ajuda externa americana, afetando diretamente uma parceria que treinava brigadistas brasileiros para o combate a incêndios florestais. Este acordo, em vigor desde 2021, permitiu a formação de mais de 3 mil brigadistas capacitados para o manejo florestal e prevenção de incêndios.
Em janeiro, Trump emitiu um decreto que suspendeu, por 90 dias, todos os projetos que destinavam recursos para países estrangeiros. A justificativa apresentada foi a de que a ajuda externa dos EUA contribuía para “desestabilizar a paz mundial”, promovendo ideias consideradas “contrárias a relações estáveis e harmoniosas” entre as nações.
O Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil, coordenado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) em colaboração com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e outras entidades, é um dos projetos afetados. Desde 2021, foram realizados ao menos 51 cursos e treinamentos em parceria com órgãos como o Ibama, a Funai e o ICMBio, beneficiando principalmente mulheres indígenas que atuam como brigadistas em seus territórios.
O Ibama confirmou a recebimento de comunicação sobre a suspensão das atividades de assistência internacional devido ao decreto de Trump. O Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios era financiado pela Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), que já prestou ajuda humanitária em mais de 100 países.
Além das iniciativas no Brasil, a USAID prioriza ações voltadas à conservação da biodiversidade e ao combate aos crimes ambientais nas áreas protegidas da Amazônia. Em 2024, a agência destinou US$ 1 milhão para atender às necessidades imediatas das famílias afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Com a suspensão determinada por Trump, a página da USAID ficou fora do ar, retornando apenas com uma mensagem de despedida e a informação de que funcionários não essenciais seriam colocados em licença indefinida. Desde 1999, o Ibama mantém um relacionamento com o USFS, e o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Fogo no Brasil teria uma duração planejada de cinco anos, agora incerta devido às recentes mudanças no governo americano.
O Ibama informou que, embora a paralisação das atividades “não gere impacto direto no combate ao fogo no Brasil”, ela prejudica aspectos técnicos fundamentais, especialmente na capacitação de profissionais. As atividades previamente agendadas estão sendo reavaliadas pelas instituições federais envolvidas, que estão mantendo ou remarcando-as conforme necessário, sem a participação do Serviço Florestal dos Estados Unidos.

fonte: G1