Células humanas agora hospedam qubits: o primeiro ‘qubit biológico’ da ciência

Matheus Noleto Novembro 2, 2025 2 min read

Cientistas anunciaram um marco notável: a criação do primeiro qubit biológico, ou seja, um bit quântico gerado dentro de células humanas. Esse avanço abre portas inéditas para a combinação entre biologia e computação quântica, ainda que os desafios técnicos permaneçam.

De acordo com o estudo, esse tipo de qubit tem uma vantagem significativa sobre as versões tradicionais de silício ou supercondutoras: ele é capaz de operar à temperatura ambiente, sem a necessidade de ultracongelamento extremo. A robustez em ambiente menos controlado amplia o espectro de experimentos futuros — embora os pesquisadores deixem claro que o trabalho está em estágio inicial.

A implementação envolveu o uso de células humanas como “ambiente hospedeiro” para o sistema quântico. Esse ambiente biológico adiciona camada extra de complexidade: a decoerência — perda de estado quântico pela interação com o meio — é ainda um inimigo formidável. Por esse motivo, embora o resultado seja promissor, ele não está (ainda) próximo de aplicações comerciais ou de grande escala.

O impacto potencial desse tipo de tecnologia é fascinante. Um qubit dentro de células humanas poderia abrir caminho para sensores biológicos ultrassensíveis, interfaces entre biologia e computação quântica, ou até novas formas de computação híbrida. Mesmo assim, os cientistas reconhecem que muitas etapas precisam ser vencidas: controle fiável dos qubits, escala de produção, manutenção de coerência por tempo útil, e integração com sistemas clássicos.

Em resumo: trata‑se de uma prova de conceito que coloca a biologia — literalmente — dentro da revolução quântica. O fato de funcionar à temperatura ambiente é uma das vantagens mais emblemáticas, mas ainda estamos longe de substituir silício e criostatos por células vivas em servidores quânticos. A direção é provocante e promete reconfigurar como pensamos em computação, biologia e os limites entre os dois campos.

Fonte: super.abril.com.br

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