Sinestesia e a linguagem dos sentidos

Qual das imagens acima se chama “kiki” e qual se chama “bouba”?

98% das pessoas que fizeram esse teste associam a palavra BOUBA a forma arredondada e KIKI a forma pontiaguda.

A sinestesia ajuda a explicar que a maioria das pessoas nomeia estas figuras do mesmo jeito.

A sinestesia ocorre quando há o uso de sensações de diferentes órgãos do sentido em uma expressão. Ou seja, essa linguagem está próxima, aos sentidos, audição: figura próxima e visão. 

Segundo os cientistas, isso deve acontecer porque o cérebro faz uma conexão entre os sentidos, de forma que o visual do objeto – redondo ou espetado – pode estar ligado à forma que nossos lábios fazem quando dizemos a palavra correspondente, e também ao modo como a língua se mexe: “kiki” requer um movimento mais “afiado” e “bouba” envolve um mais “arredondado”. 

por exemplo, o mesmo estudo mostrou que combina uma associação e vogais podem ser semelhantes. Ele descobriu que os continuantes com sons de “m”, estão associados a curvas, enquanto os “explosivos” que quebram o fluxo de ar para produzir um som mais chocante – como um “k” – são mais pontiagudos 

Pesquisadores começaram a acreditar que talvez a sinestesia seja o elo perdido da linguagem moderna. 

As representações dos sentidos associam as formas e as sensações usando as expressões em seus padrões energéticos. Observar que os formatos pontiagudos como contrastes geométricos são mais exatos e se assemelham aos padrões lineares de percepção, enquanto os formatos arredondados expressam sensações contrastantes em suas indefinições abstratas.

Estudos revelaram que a comida nos parece mais doce quando servida em um prato redondo em comparação com um quadrado ou triangular. 

Podemos nos referir aos cheiros como sons, no exemplo da menta seria de alta frequência enquanto o almíscar seria de baixa frequência. Ou quando dizemos que cores são ácidas, frias ou quentes.  

Outra pesquisa parecida, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, também fez o mesmo tipo de relação, mas entre sons e gostos. Gotas amargas, doces e salgadas foram colocadas na boca dos voluntários, que tinham que produzir um som em computador que mais correspondesse ao gosto que estavam sentindo. Os sabores doces foram associados a sons de vogais altas, em que a língua é colocada mais perto do céu da boca, e vogais posteriores, onde a língua é colocada em direção à garganta e não aos lábios. 

Vídeo relacionado:

https://youtu.be/jAHVuqpUVgM

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Matheus Lispecter

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