Em novo estudo publicado na revista Science Translational Medicine, uma equipe descreveu o potencial de estímulos elétricos em aumentar a função cerebral. Nos experimentos, os participantes usaram uma touca elástica embutida com eletrodos que fornecem correntes elétricas fracas oscilando em frequências específicas no couro cabeludo. Ao aplicar essas correntes controladas a regiões específicas do cérebro, foi possível alterar a atividade, estimulando os neurônios.
A pesquisa sugere que as células cerebrais se comunicam de forma eficaz quando coordenam o ritmo de seus disparos. Esses padrões rítmicos de atividade cerebral mostram anormalidades marcantes durante doenças neuropsiquiátricas.
A técnica, então, visa induzir externamente a atividade cerebral rítmica que promove a função mental saudável, quando o cérebro pode não ser capaz de produzir esses ritmos por conta própria. A equipe descobriu que um tipo especializado de estímulo pode atingir duas regiões do cérebro ao mesmo tempo e manipular como elas se comunicam. Isso pode melhorar ou reduzir a função cognitiva.
Por exemplo, algumas condições psiquiátricas, como a depressão, podem envolver uma capacidade reduzida de processar recompensas, enquanto outras, como o transtorno bipolar, podem envolver um sistema de processamento de recompensa altamente ativo.
A ideia do estímulo, então, seria poder alterar a função mental em qualquer direção, formando um tratamento personalizado, que atenda a necessidades clínicas específicas.
Os próprios pesquisadores reconhecem que essas descobertas estão aproximando a comunidade científica da capacidade de melhorar a função cerebral de uma forma segura e não invasiva, que não requer medicação.
Estímulos no cérebro
Anteriormente, cientistas usaram esse mesmo método de estímulo no cérebro para aprimorar a memória. Na ocasião, os autores do estudo concluíram que o tratamento “pode causar melhora seletiva da memória que dura pelo menos um mês”.
Outro apontou que estímulos elétricos no cérebro podem ter um efeito antidepressivo profundo, desde que os choques sejam cuidadosamente adaptados ao humor e sintomas específicos de cada paciente.
Estímulos cerebrais também ajudam a conter Alzheimer, quando a área em questão é o pré-cúneo, um centro nervoso de convergência de informações, que integra diversas sensações e repassa a outros cantos encefálicos.
Nova forma de comunicação no cérebro
Também em um estudo anterior, pesquisadores identificaram uma nova forma de comunicação que acontece no cérebro. Trata-se de um mecanismo nas células corticais externas do cérebro que produz um sinal por conta própria, que poderia fornecer aos neurônios individuais outra maneira de realizar suas funções lógicas.
O grupo mediu a atividade elétrica em tecidos removidos durante cirurgia e analisou a estrutura através de microscopia de fluorescência. Com isso, foi possível descobrir que células individuais no córtex usam não apenas os íons de sódio, como já era de conhecimento da comunidade científica, mas também cálcio.
Pouco a pouco, a ciência vem desvendando o órgão mais misterioso do corpo humano. Anteriormente, pesquisadores descobriram, por exemplo, que neurônios específicos acendem no seu cérebro quando você ouve alguém cantar e que o cérebro usa cálculo para controlar movimentos rápidos.
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