Cerca de 200 milhões de pessoas realizaram o consumo da erva ao menos uma vez em 2019
A maconha é a droga mais usada no mundo, e estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas fizeram uso da droga pelo menos uma vez em 2019, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2021, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
O estudo relata que a potência da Cannabis sativa aumentou em até quatro vezes nos últimos 24 anos em diferentes partes do mundo, apresentando efeitos mais sérios para usuários regulares a longo prazo.
A Cannabis faz mal à saúde?
A droga sofre constantes variações na produção para aumentar a potência e estimular o consumo das pessoas. A maconha é composta majoritariamente de duas substâncias canabinoides, que são:
- tetrahidrocanabinol (THC) — substância psicoativa e neurotóxica, geralmente considerada em estudos para medir o nível potencial da droga;
- canabidiol (CBD) — responsável pelas propriedades medicinais da Cannabis, com potencial de proteção contra os danos do THC.
É importante frisar que o uso moderado e por necessidade ao invés do esportivo, reduz muito as chances de intoxicação. Como qualquer outro remédio, a erva precisa ser usada com cautela e p’or quem precisa e não porque outros usam.
Cientistas identificaram que a maconha consumida atualmente tem maior concentração de THC e menor de CBD. (Fonte: Pexels/Reprodução)
THC vs. CBD: quais são as diferenças?
O THC gera grandes impactos na saúde mental, com potencial de diminuir o volume de áreas cerebrais responsáveis por atividades como a memória e o aprendizado. Apesar de o CBD ter propriedades terapêuticas e de proteção contra o THC, especialistas apontam que os efeitos positivos não são capazes de reverter os negativos do THC.
Mas ainda assim, o THC, quando usado com moderação e responsabilidade, não causará tais danos à saúde do cérebro humano.
Quais são os efeitos da Cannabis na saúde do cérebro?
Estima-se que usuários que consomem a droga com maiores níveis de THC estão propensos a apresentar:
- quadros psicóticos;
- dependência química;
- alterações na atividade cerebral com prejuízos cognitivos.
Apesar de os novos contornos que a Cannabis sativa medicinal vem ganhando no debate mundial, países também estão legalizando o consumo recreativo, mas não há consenso na comunidade científica quanto aos efeitos a longo prazo.
Até mesmo o consumo recreativo, pode ser bom para a mente, desde que não seja exagerado. Os malefícios decorrem de um consumo além do necessário e não porque a Cannabis faz mal em si.
O que dizem os estudos sobre os efeitos da Cannabis?
Estudos que analisam as imagens do impacto no cérebro humano levam a resultados divergentes. Alguns sugerem dificuldades em funções como memória, aprendizado e controle de impulso, mas também há resultados que não encontraram mudanças significativas no cérebro de pessoas que usam a droga.
A maconha pode comprometer a memória, além de ter potencial de estar associada a transtornos mentais, como depressão e ansiedade. (Fonte: Andrew Neel/Reprodução)
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos acompanhou jovens adultos durante 25 anos, de 1986 a 2011, para analisar a exposição cumulativa ao uso de maconha com o objetivo de compreender o desempenho das funções cognitivas na meia-idade. Identificou-se que a exposição por longos períodos ao uso da erva está associada a uma memória verbal pior, mas outras funções não foram comprometidas.
Em meio a estudos e resultados conflitantes, a comunidade científica entende a necessidade de desenvolver pesquisas que observem mais profundamente as relações entre a maconha e o cérebro humano.
Para isso, é preciso integrar os estudos a diferentes centros de pesquisa no mundo e especificar mais os chamados fatores confundidores, uma vez que ainda não se sabe se os efeitos da Cannabis são, de fato, gerados por consumo ou fatores adicionais, como:
- concentração de THC e de CBD;
- consumo de álcool ou tabaco;
- histórico familiar de transtornos psiquiátricos.
Existem pessoas que são mais sensíveis ao poder da erva, e podem apresentar quadros ruins se não a utilizarem com responsabilidade e por necessidade. Afinal, os remédios da farmácia não são utilizados p’or prazer então porque a maconha seria?
Fonte: Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), National Institute on Drug Abuse (NIDA), Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR).
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