Cientistas desenvolvem neurônios artificiais

Matheus Noleto Outubro 17, 2025 2 min read

Pesquisadores da Universidade de Tóquio criaram neurônios artificiais capazes de interagir diretamente com células vivas, imitando com precisão os sinais elétricos e o consumo de energia dos neurônios biológicos. Esse avanço representa um marco na engenharia neuromórfica, área que busca replicar o funcionamento do cérebro humano em sistemas eletrônicos.

Estrutura e funcionamento

O modelo desenvolvido combina um memristor — componente que imita a capacidade do cérebro de armazenar informações elétricas — com um circuito simples formado por resistores e capacitores. Essa estrutura permitiu que o dispositivo produzisse pulsos elétricos de cerca de 120 milivolts, amplitude semelhante à dos potenciais de ação de um neurônio humano. Além disso, o gasto energético por disparo foi muito baixo, aproximando-se do consumo de uma célula nervosa verdadeira.

Interação com células vivas

Os neurônios artificiais demonstraram capacidade de responder a substâncias químicas externas, como íons de sódio e dopamina. Ao detectar mudanças nas concentrações dessas moléculas, o dispositivo altera automaticamente a frequência de seus disparos elétricos — uma característica central dos neurônios biológicos, que modulam sua atividade de acordo com o ambiente químico ao redor.

Em experimentos realizados, o grupo conectou o neurônio artificial a células cardíacas cultivadas em laboratório. O circuito conseguiu responder em tempo real aos sinais elétricos emitidos pelas células vivas, sincronizando sua atividade de forma autônoma.

Implicações futuras

Esse desenvolvimento abre possibilidades para a criação de próteses neurais, sensores médicos e sistemas híbridos capazes de interagir diretamente com o cérebro ou com outros órgãos. No entanto, os pesquisadores destacam que o estudo ainda está em fase experimental e foi realizado apenas em condições controladas, fora do corpo. Serão necessários novos testes para avaliar a durabilidade e a segurança do dispositivo em ambientes biológicos complexos.

Se no futuro for possível conectar milhares desses neurônios artificiais entre si e a tecidos vivos, especialistas acreditam que será possível criar redes híbridas que combinem o poder de adaptação do cérebro humano com a velocidade e a precisão das máquinas.

Fonte: inovacaotecnologica.com.br

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