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Hiroshima: a reação dos pilotos que jogaram a bomba
Um novo dia amanheceu em Hiroshima, Japão. A data era 6 de agosto de 1945, um dia que se gravaria nos livros de história por todos os motivos errados. Hiroshima, uma cidade que então abrigava cerca de 350.000 pessoas, estava apenas começando seu dia. As tropas da cidade, crianças da escola e adultos seguiam suas rotinas normais. Mal sabiam eles que o mundo estava prestes a ser irrevogavelmente mudado.
Hiroshima: O Dia Que Mudou o Mundo
Alto acima da cidade, um bombardeiro B-29 americano, o Enola Gay, pilotado pelo 509º Grupo Composto da Vigésima Força Aérea dos EUA, estava em uma missão. Às 8h15 da manhã, a aeronave lançou sua carga, uma arma nova e aterradora, a bomba atômica. Em segundos, Hiroshima foi reduzida a cinzas, tornando-se a primeira cidade na história a ser submetida a uma guerra nuclear.
A bomba atômica, apropriadamente chamada de “Little Boy”, explodiu a cerca de 600 metros acima da cidade. A explosão resultante gerou uma temperatura em torno de um milhão de graus Celsius no epicentro. A força destrutiva matou instantaneamente cerca de 80.000 pessoas, um número que representava entre 30 a 40 por cento da população de Hiroshima. A cidade foi obliterada, o ar transformou-se em fogo, e o mundo adentrou na era atômica.
Após a explosão inicial, uma bola de fogo, com 256 metros de diâmetro, engoliu a cidade. O inferno resultante devastou ainda mais a cidade, provocando incêndios que queimaram por quilômetros ao redor. A bomba não apenas dizimou Hiroshima, mas também deixou um rescaldo arruinado. No fim, impressionantes 69% dos edifícios da cidade foram danificados ou destruídos.
O Legado Radioativo de Hiroshima
A devastação não parou por aí. Até o final de 1945, mais 60.000 residentes de Hiroshima sucumbiram aos seus ferimentos ou ao envenenamento por radiação. Dos 90.000 edifícios da cidade, apenas 28.000 permaneceram de pé, muitos deles fortemente danificados. Dezenas de milhares foram gravemente queimados pela radiação térmica e muitos sucumbiram à exposição à radiação dentro de um raio de 4,5 quilômetros do epicentro.
Após a explosão, uma estranha chuva negra caiu sobre a cidade. Carregada com poeira, fuligem e partículas radioativas, essa chuva causou ainda mais contaminação. Hospitais e centros médicos foram destruídos, deixando uma desesperada falta de pessoal médico e instalações para atender aos feridos.
Ironicamente, a bomba, inicialmente direcionada para explodir sobre a Ponte Aioi, desviou devido a ventos cruzados e detonou acima da Clínica Cirúrgica Shima. O rescaldo foi uma cidade em ruínas, uma população dizimada e sobreviventes marcados por uma nova e horrível realidade. O pessoal médico estava mal preparado para tratar os sobreviventes, pois desconheciam a radiação e seus efeitos.
O Projeto Manhattan
Enquanto isso, a milhares de metros acima da cidade devastada, o Enola Gay e sua tripulação, sob o comando do capitão Paul Tibbets, tentavam escapar do horror. Tibbets e sua tripulação sabiam que estavam lançando uma bomba poderosa, mas não compreendiam ainda totalmente a magnitude da destruição que causariam.
O 509º Grupo Composto foi formado em Wendover, Utah, e posteriormente estacionado em Tinian, nas Ilhas Marianas do Norte. Selecionados por suas habilidades superiores, os pilotos inicialmente desconheciam a natureza de sua missão. O grupo foi treinado com réplicas da bomba atômica sendo desenvolvida em segredo em Los Alamos, Novo México, sob o codinome “Projeto Manhattan.”
A bomba atômica, “Little Boy,” era um objeto robusto e semelhante a uma baleia, preenchido com núcleos de urânio, U-235, meticulosamente blindado para evitar uma explosão prematura. A formação da ameaçadora nuvem em forma de cogumelo da bomba e a necessidade de óculos de proteção foram insinuadas durante o treinamento.
O teste bem-sucedido da bomba atômica em meados de julho perto de Alamogordo, Novo México, conhecido como “Trinity”, aumentou a confiança na eficácia da arma. Informações sobre esse sucesso chegaram ao presidente Harry Truman enquanto ele estava na Conferência de Potsdam, discutindo estratégias pós-guerra com o primeiro-ministro britânico Winston Churchill e o líder soviético Joseph Stalin.
A bordo do Enola Gay
Em 2 de agosto, Truman deu a ordem para usar a bomba atômica contra o Japão. O Enola Gay, um bombardeiro B-29, foi escolhido para essa missão histórica. “Little Boy” foi armado em pleno voo pelo Capitão William Parsons, e a tripulação, agora informada sobre a verdadeira natureza de sua missão, dirigiu-se para Hiroshima.
Uma vez que a bomba foi lançada, ela explodiu um minuto depois, até mesmo sacudindo o Enola Gay a vinte e cinco quilômetros da explosão. Truman anunciou o uso de uma bomba atômica contra o Japão dezesseis horas depois, marcando um novo capítulo na guerra, apresentando o terrível poder das armas nucleares.
O bombardeio nuclear de Hiroshima levou a uma profunda reavaliação global da ética da guerra e alimentou a busca pela paz. Em meio à destruição, um lembrete marcante do evento, o Genbaku Dome, milagrosamente sobreviveu. Em memória do evento, foi renomeado como Memorial da Paz de Hiroshima e declarado Patrimônio Mundial da UNESCO.
Apesar do horror de Hiroshima, o mundo ainda não havia presenciado o fim do bombardeio atômico. Apenas três dias depois, outra bomba atômica foi lançada sobre Nagasaki, marcando outro evento catastrófico na história humana. Este ato, uma resposta à recusa do Japão em se render, levou o país a anunciar sua rendição incondicional em 15 de agosto, marcando o fim da Segunda Guerra Mundial.
A história de Paul Tibbets
Paul Tibbets tinha apenas doze anos quando deu seu primeiro voo em um biplano. O avião, em uma animada exibição de jovialidade, espalhou balas de hortelã sobre uma multidão exultante em Hialeah, perto de Miami, na Flórida. Um espetáculo de admiração e encantamento que gravou em Paul uma fascinação pelo vôo.
Pouco sabia ele que estaria destinado a um papel fundamental em um evento que definiria o mundo. O espetáculo do avião no céu da Flórida contrastava fortemente com a devastação que seu próprio avião causaria mais tarde sobre Hiroshima.
Anos depois, na Europa ocupada pelos nazistas, Paul Tibbets se encontrava estacionado como piloto de bombardeiro. Seu compromisso com a causa da liberdade era inabalável, seu espírito não abalado pelas duras realidades da guerra. Em 1943, ele estava de volta em solo americano, encarregado de testar a última inovação da Boeing – o B-29 Superfortress.
O tempo passou e, ao contrário de muitas das almas infelizes em Hiroshima, Paul Tibbets teve o privilégio de uma vida longa. Ele deu seu último suspiro aos 92 anos, em 1º de novembro de 2007, em sua casa em Columbus, Ohio.
Hiroshima: O arrependimento nunca veio
Em uma de suas últimas entrevistas ao The Guardian, o infame piloto manteve sua decisão, não manifestando arrependimento pelo bombardeio de Hiroshima. “Eu faria de novo”, disse Tibbets, demonstrando uma convicção que sublinhava sua crença na necessidade de sua missão.
Segundo Tibbets, o fracasso não era uma opção; significaria a prisão, enquanto o sucesso o coroaria um herói aos olhos de seus compatriotas. Ele aceitou o desafio, sem saber da escala total da devastação que a bomba causaria.
Tibbets também insinuou uma segunda explosão atômica planejada para a Europa, uma missão nunca realizada. No entanto, o bombardeio de Hiroshima sozinho carregava o peso de um capítulo hediondo na história humana, pois apagou inúmeras vidas em um instante.
Curiosamente, a gravidade de sua missão pareceu perdida para a tripulação. Quando questionado se ele compreendia a gravidade de suas ações, Tibbets respondeu casualmente:
“Eu disse a todos que íamos lançar uma bomba atômica”.
A notícia foi recebida com expressões inalteradas, um testemunho assustador da dessensibilização que a guerra traz.
FONTE:misteriosdomundo
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#luzpranos
Terrível mesmo.Luz p’ra nós!🙏
Triste.
Luz p’ra nós 🙏
Luz p´ra nós !!
#LUZPRANOS
Caracas, luz p´ra nós.
Muito triste! Luz p’ra nós!
helio couto sempre falava sobre isso.
SLK. Muita frieza do piloto
Luz p’ra nós
Luz p´ra nós
Luz pra nós
Nossa ‘o’
Luz p’ra nós!
Triste.
Luz p’ra nós!
Luz p’ra nós
Gratidão. Luz p’ra nós!