Humanidade controlada e doutrinada na série Silo

Rogerio Souza Setembro 11, 2023 4 min read

De certa forma semelhante à ruptura, o protagonista sem saber o que o rodeia é seguido e observado enquanto tenta descobrir o que há para além dos limites da realidade.

”https://youtu.be/vxap_cKAErU”

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Até onde se estende o mundo de fora?

Pra todo sempre.

Não se sabe como produzem comida, energia e como mantêm uma sociedade.

Maçãs mordidas são jogadas no caixão no funeral.

A engenheira prodígio é a protagonista inesperada que mal aparece no 1o episódio.

Se torna xerife competente e segue tentando entender o que a cerca sob ameaça do entorno.

Um lugar onde as leis impedem elevadores e lentes de ampliação.

As relíquias que são qualquer objeto do mundo antigo são proibidas por lei e é crime ter posse delas.

A máxima sentença é ser enviado para fora para limpar o sensor da tela/janela. Porém não é possível obrigar pois quem sai está fora da lei, e a imagem da tela mostrar os cadáveres de quem saiu mal conseguiu dar alguns passos.

No entanto, todos limpam o sensor, o que sugere que há lá fora algo que valha a pena ser visto.

A mulher no 1o episódio arrumar uma forma de comprovar.

Se for como está na tela eu não limpo. Se for diferente e maravilhoso eu limpo.

Ela limpa e morre poucos passos depois na montanha cinza de sempre.

Porém depois seu marido vê o verde e os pássaros, mas morre também.

Ali dentro não conhecem sequer o básico de astronomia por exemplo, eles não sabem nem mesmo o que é uma estrela, observando aquelas estranhas luzes no céu a noite.

Mas a xerife consegue revista e fica hipnotizada com paisagens e a simetria e proporção de uma concha marinha.

Engenheira sempre soberba pela importância do gerador e da energia no silo, mas abaixa a cabeça pra ouvir quando o chefe de Ti explica que a informática é que define para onde vai a energia, irrigação, circulação de ar, comunicação.

Se os servidores caírem nas mãos erradas, nenhuma quantidade de energia faria a diferença.

A xerife se alia ao chefe de Ti para impedir que a juíza difícil de acessar se torne incontrolável.

Há uma idosa que vive drogada num hospital que relata visões do mundo de fora.

A juíza não permite que ninguém fale com ela.

Há muitas coisas suspeitas sobre a autoridade suprema da juíza em questões específicas que formam uma barreira burocrática para quem tenta saber mais sobre o silo.

Xerife descobre que tem mais poder acima da juíza.

A mestria com que o produtor e diretor conduz as cenas é nível dark de qualidade, se não for superior.

As informações fornecidas em doses e momentos certos permitem ao espectador deduzir o que quase nunca é óbvio, dando satisfatória sensação de estar testemunhando algo muito crível.

É tudo muito bem amarrado e bem escrito.

Consegue ser profundo mesmo na sutileza.

Os protetores da chama são os que foram apagados, impedidos de terem filhos. Os que tiveram suas memórias apagadas para sumir as lembranças e apagar o passado e quem tentasse preservar ele. As pessoas que guardavam relíquias proibidas. Objetos simples comuns do nosso tempo, como um relógio de pulso ou uma caixa de balas de plástico.

A revista com animais e conchas é a relíquia mais preciosa da guardiã da chama idosa que vivia sedada.

Os protetores da chama são os curiosos.

Os defensores do sistema e cumpridores da lei e do voto/pacto são os que se acomodam por interesse ou covardia.

O pacto é tipo a constituição do silo.

A xerife tem uns tiques nervosos de torcer a boca e mexer a cabeça que a atriz executa de forma natural e impecável.

No fim ela sai e não limpa. Descobre que a paisagem verde é um holograma, e a realidade é um deserto cheio de crateras de possíveis nukes e uma cidade fantasma em ruína ao fundo.

Provavelmente o silo existe pra esperar baixar a radioatividade que demora séculos, milênios, e devem existir outros silos.