O genial ”Que horas ela volta?”

”https://youtu.be/-wRHv_rjmNs”

Regina Casé é uma mãe que não vê a filha há 10 anos, 3 desses anos sem se falar.

Val é uma dedicada empregada nordestina.

Impecável em sua servidão, em alguns momentos lembra o tigre branco indiano.

Val serve uma patroa rica, daquelas esnobes, pretensiosas, luxuosas e indiferentes.

Val é relativamente bem tratada, se considerado os padrões da sociedade brasileira e os costumes empregatícios domésticos dos paulistas de classe média alta.

Val criou desde criança o filho da patroa, e ele é praticamente mais seu filho do que de sua própria mãe.

Val recebe a notícia de que sua filha vem para SP para fazer vestibular.

Uma filha extremamente autoconfiante (olha pra tudo como se fosse o presidente) chega reclamando por ter que ocupar o quarto dos fundos numa casa de outra pessoas.

Claramente desapontada a filha.

Filha é apresentada para família, que a trata como uma convidada, e lhe dá o quarto de hóspedes.

O pai da família logo gosta muito da jovem e o clima se estranha.

Jessica estuda sempre que pode, e também tenta ser solícita em ajudar nos trabalhos domésticos. 

O filme meio que buga o cérebro nesse sentido, mostrando uma realidade perfeitamente plausível, e que provavelmente já plasmou talvez mais de uma vez.

Uma das estranheza é o fato Val dar tratamentos diferentes para sua filha em comparação ao Fabinho filho da patroa. Val às vezes age e sente como se Fabinho fosse mais seu filho que sua própria filha. E como se sua filha fosse mais bem tratada pelos patrões que o próprio filho deles. É tudo muito inesperado e agradável de testemunhar.

Fábio não se interessa por Jessica, contornando o clichê.

Val é muito crítica e dura com sua filha, exigindo que ela se comporte como a filha de uma doméstica, visto que a garota é tratada como hóspede e se comporta como tal.

Mas não é como se tudo fosse uma fantasia. A patroa implicitamente mostra que não está à vontade com a hóspede.

No entanto, me fez refletir, como conhecedor de pobreza e miséria, que às vezes agimos como se fossemos mais miseráveis do que realmente somos, talvez às vezes na justa intenção de evitar ser um hóspede folgado e indesejado.

O patrão tenta seduzir Jessica e é rejeitado.

Após Fabinho e amigo jogarem Jessica na piscina, que parece gostar, Val decide se mudar, com aprovação e alívio da patroa, e para frustração do patrão. 

Tudo ocorre de forma natural, breve e espontânea.

A patroa manda limpar a piscina alegando ter visto rato. 

A filha não chama Val de mãe, o que a incomodava mais apenas a princípio. 

Patrão pede a Jéssica em casamento de uma forma bizarramente realista. Ela ri confusa. 

Jessica e Fabinho fumam maconha na piscina vazia. Jéssica debocha do garoto com cara de virgem enquanto o patrão observa oculto. 

A patroa dá uma bronca em Val, e diz que Jessica só pode ficar da cozinha para fora. 

A garota vai embora a noite na chuva, brigando com a mãe, dizendo que ela tinha que ter defendido sua filha, que não tem estômago pra aguentar o que ela aguenta. 

Fabinho fracassa miseravelmente no vestibular ao passo que Jessica tira nota altíssima. 

Patroa fica constrangida. 

A noite val entrar na piscina escondido e ligar pra sua filha para parabenizar. 

Val encontra uma foto de uma criança nas coisas de Jéssica. Elas discutem, Val descobre que é avó, e seu neto vai crescer longe da mãe, como sua filha cresceu.

No trabalho, Val se despede de Fabinho que vai passar 6 meses no exterior.

Val fica decidida e pede demissão, dizendo que quer cuidar mais de sua filha.

Val não dá a forma lógica ao peso da ausência de Fabinho, pois não assimilou o laço de proximidade.

Em casa com Jessica, elas tomam café no jogo de xícaras com térmica moderna que era um presente que a patroa recusou e desprezou. Val diz que foi roubado, Jéssica fica animada. 

Val pede que Jessica busque seu filho para morarem todos juntos. Jessica sorriu e se animou irreverente. 

Fim! 

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Sobre o Autor

Rogerio Souza

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