Ex-funcionário da CIA, Snowden já havia recebido asilo na Rússia após fugir de julgamento nos EUA por vazar arquivos secretos em 2013.
O presidente Vladimir Putin assinou um decreto na segunda-feira (26) concedendo cidadania russa ao ex-funcionário de inteligência dos EUA Edward Snowden.
Snowden, 39, fugiu dos Estados Unidos e recebeu asilo na Rússia depois de vazar arquivos secretos em 2013 que revelavam vastas operações de vigilância doméstica e internacional realizadas pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, onde ele era contratado.
As autoridades dos EUA há anos querem que Snowden retorne aos Estados Unidos para enfrentar um julgamento criminal por acusações de espionagem.
Edward Snowden durante participação online na Web Summit de Lisboa em 4 de novembro de 2019 — Foto: Rafael Marchante/Arquivo/REUTERS
Não houve reação imediata de Snowden, cujo nome apareceu sem qualquer comentário do Kremlin em uma lista de 72 indivíduos nascidos no exterior a quem Putin estava conferindo cidadania.
“Em conformidade com o artigo a do parágrafo 89 da Constituição da Federação da Rússia, eu decido por este meio a concessão de cidadania da Federação da Rússia às seguintes pessoas: Edward Joseph Snowden, nascido em 21 de junho de 1983, nos Estados Unidos da América”, lê-se no decreto.
Snowden, de 37 anos, vazou arquivos secretos que revelavam enormes operações de vigilância doméstica e internacional da Agência de Segurança Nacional (NSA, da sigla em inglês) quando prestava serviços à instituição vinculada ao Departamento de Defesa dos EUA.
As autoridades norte-americanas tentam há anos a extradição de Snowden para que ele possa ser julgado pelo vazamento de informações.
Edward Snowdem durante aparição online em evento na cidade de Moscou, na Rússia, em setembro de 2021 — Foto: Olesya Astakhova/REUTERS/Arquivo
Em 2019, enquanto refugiado na Rússia, Snowden disse que “o mais triste em todo caso (de vazamento das informações) é que o único lugar onde um informante americano pode falar não é na Europa, mas aqui (na Rússia)”.
Em 2020, a Moscou concedeu a Snowden direito de residência permanente, abrindo caminho para que ele obtivesse a cidadania russa.
Putin, um ex-chefe de espionagem russo, disse em 2017 que Snowden, que mantém um perfil discreto enquanto mora na Rússia, estava errado ao vazar segredos dos EUA, mas não era um traidor.
De acordo com Dmitry Peskov, porta-voz presidencial da Rússia, a iniciativa da decisão veio do próprio Snowden.
Anatoly Kucherena, advogado russo de Snowden, também apontou que devido ao seu cliente não ter servido no Exército da Rússia, ele não deverá ser convocado como parte da mobilização parcial em curso no país.
Segundo ele, a esposa de Snowden também deve solicitar a cidadania russa.
Washington expressou seu descontentamento por Snowden ter revelado o alcance dos programas de vigilância da NSA e da aliança de inteligência Cinco Olhos.
Fonte: g1 e Sputnik – com alterações
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