Revitalização de corais com auxílio da impressão 3D

Mile Junho 17, 2025 3 min read

Cientistas usaram a impressão 3D com terracota para auxiliar na revitalização dos corais do Parque Marinho de Hoi Ha Wan e Hong Kong. Impressão 3D pode ajudar na recuperação da biodiversidade marinha.

Em meio a tantas tecnologias sobre impressão 3D, ouvimos muito sobre sua aplicação nos mais diversos setores da indústria e como ela pode ajudar nos processos produtivos e criativos das empresas.

No entanto, pouco ouvimos falar sobre os avanços destas tecnologias também nos setores de saúde, como é o exemplo da produção de comprimidos com maior velocidade de absorção e sobre a produção de ladrilhos utilizando terracota como matéria-prima, que veremos com mais detalhes em seguida.

Parque Marinho Hoi Ha Wan e sua biodiversidade afetada por um tufão em 2018

O Parque Marinho Hoi Ha Wan , situado em Hong Kong, possui 2,6 quilômetros quadrados e é um ponto importante da biodiversidade local, abrigando mais de 60 espécies de corais. No entanto, um supertufão destruiu 80 por cento dos corais da área em 2018 e poucas espécies sobreviveram.

Diante deste cenário de devastação, em um processo de regeneração natural, seriam necessárias décadas até que os corais se recuperassem naturalmente. Por sua biodiversidade, recifes de coral são fundamentais para a vida marinha. Eles são como as florestas tropicais para a fauna e flora mundiais. Não há nada que se compare aos corais no mar.

Os recifes são gravemente afetados pelas mudanças climáticas. Eles sustentam 1/4 de toda a vida marinha, fornecendo alimento, abrigo e proteção para diversos animais. Cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo também dependem deles para seu sustento. Para as comunidades próximas aos recifes de coral, eles são uma fonte de alimento e renda através do turismo.

A impressão 3D e os corais

Foi desenvolvido um novo método para restauração de corais usando materiais artificiais impressos em 3D. Os ladrilhos foram especialmente projetados para fixação dos corais a fim de aumentar a chance de sobrevivência no Parque Marinho Hoi Ha Wan nas águas de Hong Kong. Os ladrilhos do recife foram impressos em 3D usando terracota e um processo similar a deposição de filamento (FDM), com um pós processamento em forno a 1.125ºC para, posteriormente, ser semeada com fragmentos de coral.

Ao contrário das alternativas de metal ou concreto, a terracota foi escolhida porque irá sofrer erosão naturalmente e desaparecer no fundo do mar com o tempo – o que a torna uma opção ecologicamente correta. As peças acabadas foram então introduzidas em três locais selecionados no Parque Marinho Hoi Ha Wan nas águas de Hong Kong.
Embora bonitos por si só, os padrões de cada ladrilho não são meramente estéticos, mas projetados para representar diferentes formas de crescimento de padrões de ramificação de três espécies endêmicas de corais e otimizar a restauração do comunidades de corais em dificuldades.

O projeto imprimiu 128 peças de ladrinho de recife, cobrindo cerca de 40 metros quadrados no total. Se tiver sucesso, a equipe planeja expandir sua colaboração para novos projetos para promover a restauração do fundo do mar na região de outras maneiras na paisagem do fundo do oceano.

A variedade de corais semeados tem diferentes formas de crescimento, o que se destina a criar um ambiente de biodiversidade para permitir que outras espécies marinhas floresçam. Os pesquisadores esperam que, com o auxílio da impressão 3D, este método seja uma contribuição vital para os esforços globais para salvar os recifes de coral em todo o mundo.

fonte: amsbrasil