
A presente matéria foi postada no site antigo em maio de 2021 e está sendo republicada, mas no atual momento, a série parece estar restrita de alguma forma na Netflix:
Iniciando com a música de abertura dos episódios, que a propósito gostava bastante de ouvir:
Reprodutor de áudio
A intenção deste post é a de deixar minhas humildes impressões e opiniões sobre a série que considerei muito interessante, instrutiva, emocionante e contemplativa (foi indicação do mestre Rogerio ). Portanto, não será a nível de uma crítica analítica e profunda, contudo, espero que possam aproveitar e curtir a leitura de alguma forma. Mas atenção! Aviso que vai ter spoiler, então aconselho a seguir a leitura somente após ter assistido à série caso não queira estragar seu lazer (e prazer).
A primeira coisa ou a coisa que mais me surpreendeu conforme ia assistindo os episódios foi constatar que, apesar desse estigma todo de serem ultraortodoxos, portanto “ultratradicionais”, ou “ultrarígidos” talvez na minha concepção, eles se revelaram como super próximos ao que chamamos de “gente como a gente”, o tal de “ser humano” com suas emoções (vulneráveis às sensações de que tanto falamos na Escola). Afinal, se pensar bem, eles não conseguiriam ou saberiam ser tão retos se por outro lado não conhecessem as curvas deslizantes de seus desejos pessoais.
Temos como um dos personagens principais Shulem Shtisel, a figura do patriarca na série, aquele que amparava a família, agia de forma rígida com seus filhos exigindo que seguissem as tradições judaicas. Ficava muito enfurecido, (é Ka de certo) com as “falhas” dos filhos, principalmente do caçula e o engraçado era que ele tinha seus momentos de birra como uma criança e de concessão depois, demonstrando que no fundo tinha um coração mole. Eu ria muito com ele, que muitas vezes dava “seu jeitinho” para se sair bem, era astuto e usava de certas artimanhas para que tudo entrasse na linha que ele desejava. Era viúvo recente mas nunca ficava sozinho, sempre estava investindo em alguma mulher, pulando de uma para outra logo que via que não poderia mais desfrutar de suas comidas caseiras.
O segundo personagem principal (na verdade fico dividida entre eles dois), o Akiva Shtisel, seu filho caçula, que eu via como dono de coração puro e bom, inocente mas que ganhou o rótulo de atrapalhado. Não teve muita sorte com companheiras, sempre as mulheres acabavam se afastando dele por algum motivo ético/moral, apesar de existir reciprocidade de sentimentos. Uma delas, com quem acabou se casando, veio a se separar dele por motivos que vou poupá-los de saberem, ficará essa surpresa guardada.

A figura das mulheres, sinceramente, não esperava que poderiam ser um tanto matriarcais como a Giti que queria que tudo fosse à sua maneira e sua filha Ruchami, uma guerreira, que confrontou e quis deserdar o próprio pai, acusou-o de Nazi e distribuiu cartazes acusando-o de crime de abandonar a família.
Achava que as mulheres judia cobriam os cabelos inteiramente como as muçulmanas, nesse ponto realmente eu viajei. Elas usam roupas normais, femininas, certamente discretas e sempre muito bem alinhadas. Após se casarem, pelo que percebi as mulheres usam uma espécie de touca ou lenço quando estão dentro de casa e não tiram na hora de dormir.
Achei estranho pois quando saem para fora de casa elas usam peruca:
Prefiro a Ruchami de trança, fica muito mais suave e graciosa (apesar de seu semblante sempre emburrado):
Outra coisa que achei curioso é o fato deles tomarem refrigerante, e os costumes gerais não diferem muito dos ocidentais. Em grande parte das cenas os homens estão fumando.
Não posso deixar de citar uma figura típica com quem me simpatizei bastante. Lippe Weiss, o marido de Giti e pai de Ruchami que queria liberdade, um luciferiano de fato, gostava das modernidades como smartphone, quis fazer ponta em filme como figurante. Mas era seu jeito, e demonstrava ser coerente e respeitoso com os verdadeiros sentimentos e vontades de seus próximos.
Pensava que rabino seria um título dedicado a alguém que estivesse num patamar superior, mas a maioria dos homens eram assim chamados desde que fossem um pouco mais velhos, pelo que entendi.
Não sei como os homens aguentam vestir sempre a mesma roupa tão formal, nem tiram o quipá para dormir.
Eles são muito extremistas (para nosso juízo), mas senti que afrouxam um pouco o cinto em certas ocasiões, como se estivessem relevando, aceitando sair um pouco da linha, como diz o Bob que para cada tempo a lei pode ser diferente, os tempos mudam e as leis também devem acompanhar as mudanças.
É raro terem carro e dirigirem, usam mais o transporte público ou táxis. Mas alguns se aventuram em serem mais modernos, no entanto, é mais por utilidade e não por simples comodidade.
Divórcios acontecem relativamente, cancelamento de noivados, casamento entre primos, barriga de aluguel..
No filme fizeram menção ao Talmud quase tantas vezes que fizeram à Torá. E às vezes falavam sobre os gentios, mas não exageravam com demonstrações de desafeto. Talvez pelo mesmo motivo que não falamos mais deles de maneira tão “entusiasmada” rs.
Eles têm bastante senso de humor e são cativantes, me senti mais próxima conhecendo sua cultura, seus jeitos e trejeitos.
Recortei alguns trechos do filme que considerei interessantes para que tenham uma “prévia”. O Youtube bloqueou os vídeos por reivindicação de direitos autorais como era de se esperar. Provavelmente por isso deve ter sido acionado algum mecanismo para boicotar o áudio, mas estão com legendas:
Shulem sonha que está numa fila de julgamento no céu:
Esse episódio é bem cômico, daria até um meme. O curioso é que existem vários trechos em que Akiva sonha e ele conta seu sonho e ficam meio que tentando achar um significado.
Giti Weiss surta e ataca gentia (Shiksa) em loja:
Esse trecho me chamou atenção sobre a maneira como retrataram uma não judia, vestida à la piriguete. Giti xingou e bateu com muito gosto e raiva.
Festa para vovó Malka Shtisel
Todos os familiares participam, a presença nos eventos e rituais é sempre importante. Eles se tratam de forma carinhosa e são relativamente emotivos.
E você, já assistiu a série deste povo tão peculiar na nossa história?
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Luz p’ra nós!
Ótimo post. Luz p’ra nós!
#luzpranos
Interessante essa série, #luzpranos
Parece muito boa mesmo, vou tentar assistir. Gratidão. Luz p’ra nós!
Essa série é legal. Curto ver esse tipo de conteúdo.
Gostei da música de abertura
. Luz p’ra nós!
Luz pra nós
Parece muito interessante essa série! Fiquei com vontade de assistir! Luz p’ra nós!
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Grata pela indicação! Lpn
Lembro de ter começado a assistir mas depois desisti.
Luz p´ra nós
Luz p’ra nós!
Que legal, um artigo no nome da mestra Miryam.
Ainda n vi essa série, vou chamar a Dri, se ela animar, a gente vê junto.Muito difícil eu ver série sozinho.
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Gratidão. Luz p’ra nós!
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Luz p’ra nós